segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Os 35 picos mais altos do Brasil.

Fala pessoal,

Bom... com estas últimas caminhadas que fiz em Itatiaia e na Serra dos Órgãos, mais a caminhada que fiz a algum tempo entre o Pico dos Marins e o Pico Itaguaré, acabei por despertar minha atenção para saber quais são os picos mais altos do Brasil e quais destes eu já fiz o cume.

Na verdade, nunca foi meu interesse mais caminhar do que escalar, e realmente não é. Se você me convidar pra escalar e pra caminhar vou preferir escalar, mas a idéia de mandar o cume das montanhas mais altas do nosso país também me seduz.

Consegui com o Tacio a algum tempo a lista dos 35 picos mais altos do Brasil de acordo com o Anuário Estatístico do Brasil do ano de 1998, com algumas alterações de acordo com o projeto "Pontos Culminantes", sendo que acabei encontrando no próprio site do IBGE o útimo Anuário Estatístico do Brasil (de 2007) que está mais atualizado (OBS: esta postagem é original de 2007, porém fiz a atualização do anuário Estatístico para o último disponível, de 2014 - não houve alteração nas montanhas ou na ordem).

O primeiro ponto que quero observar é que pelo AEB é possível ver que algumas informações não estão muito de acordo com o que normalmente achamos serem os pontos mais altos, mas como o trabalho é oficial (ou seja, feito pelo orgão público que têm por escopo este tipo de trabalho) não existe, até que seja feito outro AEB, dúvidas de que estes são reconhecidamente os pontos mais altos do Brasil.

Na verdade, ainda preciso caminhar muito, pois dos 35 pontos mais altos do país, só estive no cume de 7 deles! (atualmente são 18!) E alguns que eu ainda não fiz até que são fáceis como o "Agulhas Negras", o "Couto", "Altar", "Pedra da Mina", ... (atenção ao quadro, pois ocorreram atualizações)

Ou seja, depois de 20 de set, se alguém quiser fazer umas caminhadas por essas montanhas pode me chamar!!

Clique aqui para carregar o AEB 2014 (16,3 mb).

Segue também um vídeo do meu canal falando sobre as 10 montanhas mais altas do Brasil:




Veja abaixo os relatos de algumas das viagens a estas montanhas:

Conhecendo as montanhas esquecidas do PNI
Viagem para Itatiaia, muita chuva e cume do Garrafão de Santo Agostinho (2.359m)!
Fazendo a travessia da Serra Fina (em 15 horas e 49 minutos).
Caminhada ao Pico dos Marins/SP (2.420,7m).
Travessia Petrô-Terê!
PNI pela primeira vez!
Marins-Itaguaré!


Abraços.

Atualização dos Picos com cume, em abril/16 (escalados, em cinza):

OBS: o Pico dos Marins consta abaixo da Pedra da Cabeça de Leão, mesmo na altitude constando como tendo pouca coisa a mais de altitude. Outro ponto é que o Pico da Cabeça de Touro consta RJ no AEB, porém cartograficamente ele fica em SP, no munícípio de Queluz. Na tabela, permanecem os dados conforme o AEB.

domingo, 30 de agosto de 2009

Travessia Petrô-Terê!

Visão superior do Dedo de Deus, com os Três Picos ao fundo.

Fala pessoal,

Bom, vou escrever aqui um pouco da viagem que eu, o Tacio, a Paulinha fizemos rumo ao Rio para mandar a travessia Petrô-Terê.

Saímos de São Paulo, no dia 12 de agosto com destino ao Rio, onde após algumas horas de estrada chegamos e fomos para o apartamento da Gerusa, onde dormiríamos e no seguinte iríamos junto com a Gerusa e com o Beto (do Paraná) para mandar a travessia.

No dia seguinte, tomamos café e pegamos o carro com destino a Teresópolis onde chegamos por volta da hora do almoço, deixando o carro na Sede Terê.

Dali fomos a pé até o começo da cidade onde pegamos um ônibus para ir até a rodoviária, sendo que conseguimos comprar passagem para Petrópolis somente para as 15h00. De um lado foi bom, pois assim conseguimos almoçar bem, em um local próximo a rodoviária, sendo que quando eram por volta das 16h00 estávamos chegando em Petrópolis.

Dali pegamos um terceiro ônibus para um terminal urbano de onde pegamos o quarto ônibus que nos deixaria próximos da Sede Petrópolis do Parque da Serra dos Órgãos.

A travessia consiste em uma caminhada com aproximadamente 26km, em região montanhosa, começando na sede Petrópolis e terminando na barragem, na sede Teresópolis. A travessia geralmente é feita em três dias, sendo que no ano passado eu a fiz, pela primeira vez, sozinho, em dois dias. Com sorte, nada muito grave aconteceu e pude curtir bastante.

Dessa vez, nossa intenção era fazer a travessia com calma, em três dias, curtindo bem o parque.

Entramos no Parque quando eram por volta das 18h00, o que me deixou um pouco preocupado, pois teríamos que encarar um desnível de mais de mil metros de subida e o frio começava a dar as caras.

Começamos a caminhar, e no começo tudo foi bem, mas com o passar das horas o Beto e a Gerusa começaram a ficar pra trás, talvez por conta do peso das mochilas, que realmente apresentavam-se bem pesadas. Por diversos momentos tivemos que parar para esperá-los e isto acabou causando um atraso ainda maior, sem contar que a cada parada todo o aquecimento obtido com o exercício era perdido.

Terê embaixo e os Três Picos ao fundo.

Parede da Pedra do Sino, Garrafão e Dedo de Deus mais a esquerda.


De qualquer maneira, fomos esperando até quando chegamos nos campos de altitude, onde a trilha ficava mais plana e consequentemente mais fácil, e então avisamos o Beto e a Gerusa que iríamos tocar direto até o local de acampamento para adiantar as coisas.

Fomos direto, e quando eram quase uma hora da manhã estávamos chegando nos Castelos do Açu. Eu deveria localizar a região de acampamento, mas o fato de estarmos a noite, o frio intenso e os ventos cortantes nos fizeram acampar em uma região mais próxima dos Castelos para então esperar o Beto e a Gerusa que não davam sinal de vida.

Eu e a Paulinha.



Eu, com a Pedra do Sino ao fundo.

Enfim, durmimos e no outro dia nada dos dois aparecerem. Subi até o cume do Morro do Açu para tentar localizá-los e em um local bem longe consegui ver uma barraca amarela. Logo em seguida um montanhista passou próximo e perguntei se havia visto um casal acampado e disse ter visto duas barracas amarelas montadas a aproximadamente 30 minutos dos Castelos.

No cume do Morro do Açu.

Eu, com os Castelos do Açu ao fundo no 2º dia de caminhada.

O Tacio resolveu voltar para encontrá-los sendo que 1h30 depois ele volta dizendo tê-los encontrado e que o Beto dissera que devido ao cansaço deisitiriam da travessia e voltariam para Petrópolis.

Diante disso, eu, o Tacio e a Paulinha continuamos a travessia, sendo que após fazer o cume do Morro da Luva, e do Açu, fizemos próximo das 17h30 o cume da Pedra do Sino e depois descemos até o Acampamento 4 onde montamos as barracas e jantamos.

Eu, 2º dia de caminhada, com o Garrafão ao fundo.

No outro dia levantamos cedo, tomamos café e iniciamos a descida, sendo que antes faríamos a caminhada até o mirante da Agulha do Diabo para tirar umas fotos e logo estávamos retornando.

Tentamos seguir por um trilha alternativa mas logo vimos que não seria possível com as cargueiras e resolvemos voltar para a trilha normal. Quando eram por volta das 16h00 estávamos chegando na barragem e quando eram por volta das 16h30 estávamos chegando no carro.

Eu, no cume da Pedra do Sino, ponto culminante da travessia e de toda a Serra dos Órgãos.


Casal nota 10 no cume da Pedra do Sino.

Dali fomos para Terê, tomar um açaí comemorativo, sacamos umas fotos e retornamos pro Rio, onde chegamos na casa da Gerusa. No outro dia pela manhã acordamos, demos uma passeada pelo Rio e retornamos para sampa com nossos objetivos concluídos!

É isso aí! Mais uma bela travessia feita com belos amigos!!

Retornando pro Rio. Ao fundo, da esquerda pra direita, Escalavrado, Dedo de Deus e a Cabeça de Peixe.

OBS: Agradecimento ao Tacio e a Paulinha pelas fotos.

Até a próxima!

PNI pela primeira vez!


Fala pessoal,

Bom, estava devendo um relato da minha viagem pro PNI (Parque Nacional do Itatiaia) que fiz com o Tacio, Paulinha, Edson Vandeira e Parofes no dia 31 de julho.

Saímos dia 31 de julho, sendo que o pessoal passou e me pegou em casa no final da tarde (começo da noite) e caímos na estrada. Após a viagem, que foi tranquila, chegamos no acampamento Alsene, que ainda se encontrava meio que vazio quando chegamos, sendo que logo armamos as barracas e fomos dormir.

No outro dia, o Edson e o Parofes levantaram mais cedo e foram curtir o pôr-do-sol do cume do Camelo (se eu não me engano) onde sacaram várias fotos muito legais.

Dois loucos!


Acordando por volta das 06h30, preparamos um café-da-manhã e logo fomos caminhas em direção a conhecida "Asa de Hermes", que apesar de não ser um cume de montanha, por suas características morfológicas chama bastante a atneção, contendo inclusive um livro de cume deixado pelo GEAN (Grupo Excursionista Agulhas Negras).

Mais um louco, saca só!

Chegamos na base da Asa de Hermes (alt. 2.642m) por volta das 11h00 e após diversas fotos, a escalada da Asa (que começa em um lance curto mas estranho, meio boulderístico) e depois segue em uma escalaminhada por canaletas até o cume. Lá estava ventando bastante.

Eu, já próximo a "Asa de Hermes".

Eu, Tacio e o Edson no cume da "Asa de Hermes".



Resolvemos então descer e retornar ao carro que estava parado próximo ao abrigo Rebouças, onde comemos alguma coisa, reabastecemos nossas garrafas com água e fomos então atacar o cume da Pedra Assentada (2.453m), esta sim, reconhecidamente cume de Montanha, onde na subida a Paulinha deixou a câmera basiquinha do Tacio (uma Canon Powershot G10) cair entre as pedras amontoadas.

Tivemos então que fazer uma breve pausa na ascensão e tentar resgatar a câmera. O Tacio pediu a corda que estava comigo e armou uma ancoragem em um bico de pedra, sendo que eu coloquei a cadeirnha e fiz um back-up daquela ancoragem em mim.

Ele rapelou por entre as pedras e não é que conseguiu não só localizar a câmera mas como recuperá-la praticamente sem grandes danos. Inclusive funcionando!!

Tacio, feliz pelo resgate.


Passado o susto, voltamos a nossa tentativa de fazer o cume da Pedra Assentada e logo estávamos na base, da onde saía a rota de acesso que era um 3º Vsup. A guiada ficou a meu cargo e logo estava chegando ao cume, onde armei a segurança e o pessoal veio subindo. O Tacio solou o lance mais fácil e depois se ancorou e o Edson e o Parofes subiram encordados e rápido!

Eu, guiando a escalada final ao cume da Pedra Assentada (3º Vsup)



Eu, Tacio, Edson e Parofes no cume da Pedra Assentada.


Assinamos o livro de cume e logo estávamos indo uma vez que o sol já nos abandonava!

No outro dia, seguimos até outro cume, o da Pedra Furada (2.589m), em uma rápida ascensão e logo estávamos tentando atingir o do Morro do Massena, mas que por engano subimos o do Morro do Massena cume Noroeste. Resolvemos então fazer uma descida pela face "mineira" do Massena Noroeste e subir até o cume do real Morro do Massena onde conseguimos também em uma gostosa e tranquila caminhada atingir o cume.

Eu, no cume do Morro da Massena, com a Serra Fina ao fundo.



Eu, Tacio, Paulinha e o Edson no cume da Pedra Furada.

Enquanto o Edson, Parofes e o Tacio tiravam fotos eu e a Paulinha fomos procurar a trilha de descida, e sem encontrar o caminho muito bem, acabamos varando um pouco de mato até interceptar uma trilha que dava próximo da entrada do Parque.

Logo depois os três também já estavam lá embaixo e seguimos para o Morro do Camelo onde fizemos a subida para curtir o visual e mandar a não menos importante travessia "transcamelônica" rsss

Descemos e após dois dias de boas caminhadas, fomos embora.
Foi minha primeira vez em Itatiaia, e gostei muito do local, apesar das restrições impostas pelo Parque. Fica aqui um "salute" ao amigos Edson Vandeira e ao Parofes, grande amigos que fiz nessa viagem e que podem contar comigo pro que der e vier! Os caras me ajudaram muito por lá com comida porquê não deu tempo pra comprar sem contar as fotos e os betas da região!!
Ah.. claro.. o Tacio e a Paulinha nem vou comentar! Esse casal nota 10 está sempre perto e só tenho a agradecer pela companhia dessas duas figuras com quem tive o enorme prazer de fazer a travessia Petrô-Terê, que será alvo do meu próximo relato!! Valeeeuuu!

Abraços!

sábado, 8 de agosto de 2009

Domingos Giobbi (D5 6º A2+)!


Fala pessoal!

Bom, vou escrever aqui, até mesmo antes da postagem sobre Itatiaia, porquê ainda estou sem as fotos da viagem pra lá, sobre a escalada que eu e o Tacio Philip fizemos da rota "Domingos Giobbi" (D5 6º A2+) na Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí, SP.

Esta via de bigwall foi consquistada em agosto de 1989 pelo Luiz Makoto Ishibe e Hugo Armelin e sintetiza de certa maneira a iniciação de muitos escaladores pelos meandros da escalada de bigwall. Claro que existem escaladores que conseguem escala-lá em um dia, mas estes são às exceções das exceções. De qualquer maneira, para nós não exisitiria melhor momento que escalá-la em Agosto de 2009, momento no qual ela completa 20 anos de conquista!

A idéia original minha e do Tácio seria passar uns 5 ou 6 dias em São Bento para entrar na "Domingos Giobbi" e na via "Distraídos Venceremos", este último, outro bigwall paulista cotado em D5 VI A3.

De posse dos equipamentos necessários para repetir a "Domingos", partimos para São Bento no dia 3 de agosto, saindo de sampa por volta das 16h30, sendo que chegamos por lá por volta das 20h00 devido ao trânsito que acabamos pegando na saída de casa.

Chegando lá, fomos tomar um lanche e logo fomos para o abrigo do Eliseu Frechou, onde pegamos alguns betas da escalada, e também emprestado um hook antigo (que o Eliseu disse poder ser importante devido ao mal estado dos furos de cliff além de um martelo e batedor com broca para a necessidade de refazer algum furo).

Eu, próximo do local do rapel, com a Pedra do Baú ao fundo.


Nossos equipos na noite anterior à escalada.


Preparamos os haulbags e fomos dormir.

Vale lembrar que tanto eu quanto o Tacio nunca havíamos feito vias D5, com pernoite em parede, e para a gente aquilo era uma grande novidade.

No dia seguinte, acordamos por volta das 05h30 tomamos café, pegamos as coisas e fomos para o Baú sendo que logo após vencermos a trilha e subirmos a escada do col estávamos na base do rapel (duas chapas Bonier alguns metros antes do início da via "Learning to Fly"). Observação para o fato que quase que consegui jogar minha corda fora quando fui lança-la para uma parte mais alta do col, sendo que joguei tão forte que ela vazou e caiu do outro lado, na trilha que está desbarrancando no col, virada pra face sul.

Eu, no primeiro rapel.

Iniciamos o rapel, que na verdade são dois (o primeiro curto e o segundo longo, com aprox. 50m) e logo estávamos no meio da trilha da parede da face norte indo em direção à parede laranja. Mais alguns minutos e por volta das 09h00 nós estávamos na base da primeira enfiada da Domingos, que segue em livre pela direita de um bloco de pedra ou em artificial pela esquerda do bloco.

Como o Tacio escala melhor e a mais tempo do que eu perguntei se ele iria guiar a primeira enfiada e ele logo respondeu que gostaria, sendo assim, saiu guiando e logo estava na parada.
A primeira enfiada é um 6º que começa em face e depois segue em uma fenda à direita do bloco de pedra, sendo que não possui uma única chapa, mas contendo boas colocações para peças móveis. Fui na sequência sem maiores dificuldades e logo estávamos os dois na primeira parada da via. Essa primeira enfiada é muito bonita e o trecho mais estranho é a saída em face.
Puxamos os bags e logo sugeri ao Tacio que guiasse a segunda enfiada, ja que aquela era a enfiada que o Eliseu disse que poderíamos pegar buraco de cliff em más condições e como nunca havía batido um matelo na rocha fiquei um pouco inseguro.

O Tacio, mandando a 1ª enfiada (6º, em móvel).


O Tacio, preparando-se para entrar na 2ª enfiada.


O Tacio, na 2ª enfiada, já mais acima.


Assim, mais um vez seguiu o Tacio na segunda enfiada, que sai bem à esquerda da parada em um início em livre com chapas e depois começa a sequência do artificial, cotado em A2. O Tacio mandou muito bem e por volta das 13-14h ele já havia terminado a segunda enfiada e lá ia eu começar a limpar.

Jumareei e limpei rapidamente a enfiada, e o Tacio sugeriu que entrássemos na terceira enfiada para adiantar (nossa meta para o primeira dia era somente as duas primeiras enfiadas) e lá fui eu mandar a terceira enfiada da via.

Visual com os bags em primeira plano.

A terceira enfiada segue uma linha na diagonal superior esquerda, e possui alguns trechos um pouco mais expostos e frágeis, fazendo que ela seja cotada em A2+/A3, sendo que quando eram por volta das 17h00 tinha conseguido mandar metade dessa enfiada, chegando na segunda chapa. Dali rapelei e descemos os dois para o platô da P1 para comer e dormir e deixamos as cordas fixas na segunda enfiada e até aonde eu tinha ido da 3ª enfiada.

Como nunca havíamos dormido na parede aquilo pra gente era novidade. Acabamos que até COZINHAMOS na parede, com fogareiro e tudo, o que deu um alento, já que estávamos com fome, apesar do peso extra!

Dormimos muito bem, sendo o tempo ajudou muito. No outro dia, levantamos tarde (por volta das 06h30 e até tomarmos café, jumarearmos e içarmos os sacos retornei a guiada quando eram quase 09h00) e com isso perdemos um tempo precioso, que nos faria falta depois.

Amanhecer do 2º dia de escalada.


Cade São Bento?

Continuei a guiada da terceira enfiada e após uma queda (o friend que me apoiava escapou e que por isso acabou por estourar o primeiro elo da minha daisy chain que ainda estava na proteção anterior) consegui terminar aquele trecho. A terceira enfiada, após a segunda chapa sobe reto alguns poucos metros e depois começa um horizontal em cliff com quatro buracos e depois com três colocações de friends (uma razoável e duas ruins) sendo que então sobe em mais um buraco de cliff, uma micronut, um friend bom, mais um buraco de cliff e então a parada.


Eu, e meu local de bivaque.


Acordando no outro dia, por volta das 06h30.

Rebocamos os bags e o Tacio veio jumareando e limpando. Quando eram por volta das 12-13h eu já estava guiando a 4ª enfiada, cotada em A2, onde ela faz uma travessia para a esquerda e depois quando chega em um chapeleta ela desce. Nesse momento nossa escalada terminou! Pois não consegui encontrar o caminho certo, pendulava, descia, jumareava de volta e nada! Só conseguia visualizar uma chapeleta bem na esquerda (que na verdade era um piton) mas nada de conseguir. Com isso o tempo foi passando, foi passando e comecei a ficar preocupado com o horário; e o Tácio também. Sugeri a ele, que tentasse achar o caminho já que estava mais descansado mentalmente e fisicamente e ele assim assumiu a segunda metade da guiada da 4ª enfiada. Ainda que ele não tenha achado o caminho original e ideal, o Tacio, de maneira titânica, conseguiu fazer a travessia para a esquerda, e quando eram por volta das 17h30 ele estava montando uma parada em móvel para escaparmos pela rota de fuga da "Anormal do Baú".


Rango da noite (Miojo, fatia de salame e provolone).

Após dois rapéis meus, um da parada para debaixo da chapa de descida da via (jumareei até a chapa) e outro dessa mesma chapa para a fenda que separa a parede laranja da parte mais positiva das vias Normal e Anormal do Baú, consegui jumarear até o Tácio, enquanto ele rebocava os bags. Dali fomos para a parada da Anormal, onde deu um trabalho imenso para subir os bags pela positividade da parede.

Chegando lá, descansamos bastante, tomamos água, comemos e não sei ao certo quanto tempo ficamos, pois além de tudo isso, ainda arrumamos os bags para descer.

Tínhamos duas possibilidades de descida. O rapel pela normal ou a trilha+escada da face sul.
Como não queríamos rapelar mais, ainda mais com aqueles haulbags (naquela hora já triplamente amaldiçoados) nas costas subimos a trilha e descemos a escada.

Visual.

Caímos na trilha e quando eram 00h30 (!!) estávamos chegando no carro, esgotados!
Fomos pra São Bento, e chegando lá, após um banho refrescante, uma boa janta e mais águas pudemos então dormir em paz, quando eram quase 04h00 da manhã.

Levantamos por volta do meio dia, arrumamos as coisas, almoçamos no Taipa, tomamos um Açaí pra revigorar e quando era no finalzinho da tarde, estávamos saindo de São Bento com destino a sampa. Mandar a Distraídos? Uma próxima vez talvez!

Jumareando a 2ª enfiada.

Este tipo de escalada nos trás experiência, pois se fossêmos repetí-la hoje teríamos feito de outra maneira a via. Primeiro e mais importante, diminuir ao máximo o peso a levar. Realmente dois dias, não necessitam de cozinha (só aí vc tira um fogareiro, cilindro de combustível, panelas e outros), levaria somente o estritamente necessário em termos de equipamento de escalada, diferente do que a gente fez ao levar diversos itens que nem sequer foram utilizados.

Compraria um saco de dormir mais compacto (o meu é enorme!!) e mais importante:
- começaria a ter escalado mais cedo. No primeiro dia, começamos a escalar por volta das 09h00. Se começassemos a escalar às 07h00 teria terminado a terceira enfiada ainda de dia no primeira dia e ganhado muito tempo no segundo. Já no 2º dia, começamos a jumarear as cordas quase no mesmo horário, sendo que se tivéssemos levantado umas 05h30 e tomado um rápido café teríamos ganho pelo menos outras duas horas. Talvez esta tenha sido o maior diferencial entre mandar a via completa (6 enfiadas) ou em sua forma reduzida (até a rota de escape - 4 enfiadas).

Eu, trabalhando a 3ª enfiada (A2+/A3).

De novo, já próximo do final.

Virada difícil.

De qualquer maneira, valeu muito a experiência e saí da parede com a sensação de dever cumprido e sentindo estar preparado para vias do mesmo gênero ou até mais difíceis. Vale dizer a parceria do Tácio e sua experiência foram fundamentais para que tudo corresse bem.

Para mandar a via, são necessários os seguintes equipos:
- 1 set de friends/camalots (da menor peça até a #4);
- 1 set de microfriends ou TCUs;
- 1 set de nuts de cabo;
- 1 set de micronuts;
- 1 par de jumares e 2 pares de estribos para cada escalador;
- 1 Fifi hook e 2 Daisy Chains para cada escalador;
- 1 jogo de hooks diversos (2 talon, 2 cliffhanger e 2 grapling bastam);
- 2 ou 3 cordas (depende da quantidade de escaladores);
- Levar martelo e batedor com broca para a eventualidade de arrumar buraco de cliff (rocha muito podre);
- Fitas e mosquetões avulsos;
- 1 polia;
- Se for dormir, um saco de dormir/bivaque e isolante;
- Água, de 3-4 litros por pessoa por dia (mas é bem pessoal);
- 1 haulbag de 70l deve dar, se forem dois escaladores já levando o equipo no corpo, senão dois haulbags;
e mais o de praxe que não preciso ficar falando aqui... headlamp, anoraque, etc...

Com certeza foi a escalada mais marcante que tive até agora. Claro, que a gente têm sempre que procurar sempre uma escalada que seja mais marcante que a antecessora, mas essa, foi com certeza, especial!

É isso aí! Até a próxima!

domingo, 2 de agosto de 2009

Itatiaia!

Fala pessoal,

Acabei de chegar de Itatiaia, onde durante dois dias, eu, o Tacio Philip, a Paula, o Parofes e o Edson fizemos 5 cumes, a seguir:

- Asa de Hermes (2642m),
- Morro Massena (2606m),
- Pedra Furada (2589m)
- Morro Massena Noroeste (2565m), e
- Pedra Sentada (2453m).

Como não tenho as fotos ainda, vou esperar chegar e durante a semana devo escrever um relato. Estava devendo visitar Itatiaia, onde apesar de escalar e caminhar à dois anos, ainda não havia visitado.

Abraços.