quinta-feira, 21 de abril de 2011

Escalando a Diretíssima Sul (D5 A1+ 325m). Face sul do Corcovado.

 Eu, Paulo e o Cris com o Cristo (cortado) ao fundo.

Fala galera,

Estou escrevendo agora sobre o último final de samana, quando eu, o Paulo Chagas e nosso amigo Cristian Bons, escalamos a via Diretíssima Sul (também conhecida como Via dos Austríacos) na face sul do Corcovado, Rio de Janeiro/RJ.

Em 2008, em companhia do meu amigo Ricardo Nonaka, durante uma viagem de escalada nós tentamos a via em um dia, sendo que tivemos que descer devido à chuva que nos pegara ao final da 3ª enfiada.

Logo depois disso, em conversa com o escalador Davi Henrique, do CAP, resolvemos escala-lá novamente mas dessa vez em dois dias, exatamente para curtir uma noite no platô que existe no decorrer da via e assim curtir o visual da lagoa Rodrigo de Freitas, do meio da parede mais imponente da cidade do Rio de Janeiro.

 Albergue que a gente ficou na sexta.

Viajamos pro Rio na sexta-feira, sendo que saímos da sampa por volta das 17h00, chegando por lá já a noite. Fizemos compras e fomos para o albergue onde dormimos somente 3 horas para no dia seguinte seguirmos para a escalada.

 A parede.


Eu na guiada da primeira enfiada. Paulo na segurança.


Já mais acima.

Por fim, no outro dia, levantamos cedo, arrumamos as coisas e saímos de carro parando-o em um estacionamento próximo da Av. das Laranjeiras, onde então pegamos um táxi para o Parque Lage (ponto de acesso à base da Face Sul do Corcovado).

Iniciamos a trilha de aproximação que é tranquila mas o tempo todo íngrime, sendo que após atingir a base rochosa, nos dirigimos à base da via que segue ligeiramente à direita do totem central da face sul.

Descansamos um pouco e quando eram 10h45 lá estava eu começando a guiar a primeira enfiada da via. Não conseguimos encontrar grande quantidade de informações sobre a mesma, o que nos deixava um pouco inconfortáveis quanto à distância até o platô.

Guiei a primeira enfiada esticando em torno de 45 metros de corda. A primeira proteção fixa é um parafuso e para acessá-lo é preciso montar os estribos em uma peça móvel colocada por debaixo de uma laca logo no começo. Daí ele segue somente com proteções fixas, alternando entre parafusos, grampos "P" de 1/2 polegada e antigos grampos Stubai (de progressão, com 1/4 de polegada), da conquista.

 Visual da zona sul do Rio.

A segunda enfiada foi tocada pelo Cristian, sendo que ele puxou em torno de 55 metros de corda, também variando o mesmo estilo de proteção.

A terceira enfiada, tocada pelo Paulo Chagas totalizou praticamente 60 metros de corda, sobrando somente um chicote de 1 metro. Mesmo estilo de proteção.

Platozinho do bivaque.


Cris na segurança do Paulo na 6ª enfiada.


Visual já no final da escalada.

Já na quarta enfiada, guiada por mim, no final da tarde, as proteções demonstraram estar precárias. Muitos dos grampos Stubai estavam totalmente corroídos impossibilitando a utilização como proteção e ainda causando desconforto na progressão. Nesta enfiada puxei em torno de 40 metros até o platô, onde cheguei quando eram por volta das 20h00.

Devido a um problema no içamento do material, o Paulo e o Cristian foram chegar no platô bem mais tarde, quando eram passadas 22hrs.

Comemos, nos hidratamos, arrumamos nosso bivaque e fomos dormir com aquela vista esplêndida.

No outro dia (domingo) levantamos bem cedo, e o Cris começou a guiar o que seria a 5ª enfiada com o sol à nossa direita brilhando forte. Puxou em torno de 45 metros de corda quando então passou a vez pro Paulo que puxou também em torno de 45 metros de corda.


Estado deplorável das proteções.

Coube a mim guiar a 7ª enfiada, sendo que mais uma vez ficou constadada a deteriorização dos grampos Stubai. Alguns ainda possuiam parafusos ao lado, como em substituição, provavelmente em alguma ação de regrampeação mas outros não possuiam e tive de arriscar a laçá-los com nut de cabo devido a ser impossível confiar na simples passada de mosquetão em face dos olhais estarem totalmente abertos.

Após puxar em torno de 35 metros de corda cheguei a uma área vegetal bem mais ampla e já próxima ao cume, onde após todos subirem iniciamos a procura pela continuação da via. Vale lembrar que o içamento no segundo dia foi bem mais tranquilo até pelo consumo da água e comida, fazendo com que não tivéssemos problemas com isso.

 Descendo do Cristo.

Após vasculharmos a pequena parede que seguia atrás de uma possível continuação e verificarmos que não havia sequer um grampo, decidimos seguir para a direita, passando pela parada de uma outra via para então chegarmos ao platô que dá acesso a última enfiada da via K2.

Feita a guiada do Cristian em livre (mais 20 metros - totalizando 345 metros de escalada), eu o Chagas subimos com a mochila/haul bag nas costas mesmo, no jumar e logo estávamos curtindo um visual junto ao Cristo. Tirada algumas fotos e descemos andando até trombar um táxi que nos deixaria em nosso carro. Chegamos no carro quando eram quase 15h00.

Fomos almoçar no Leme e quando eram 17h00 já estávamos caindo na Dutra sentido sampa.

 De retorno pra sampa.

Foi uma via muito bacana em uma parede que alternava quase sempre verticalidade com negatividade e com um visual impagável. Pela quantidade de teias de aranha na trilha que leva a base da via (e também até a base da via Atalho do Diabo) fazia muito tempo que ninguém entrava nela.

Para repetir a via são necessários os seguintes equipos:

- Duas cordas de 60m,
- 15 costuras,
- Fitas e mosquetões avulsos,
- Dois nuts de cabo para os parafusos e grampos deteriorados,
- Um friend pequeno para a laca inicial,
- Dois pares de estribos pra cada mais material pra básico de artificial (se um for no jumareio três pares de estribo, total),
- Se o segundo for agilizar no jumareio: ascensores,
- Recomendo levar um joguinho de talons.

É possível fazer a via em um dia. Pra isso entrar bem cedo e leve pra acabar no final da tarde.

O próximo objetivo agora é a via "Os impermeáveis" (6º A2+) no Dedo de Deus. Vamos ver.

Até o momento escalei as seguintes vias em artificial:

Domingos Giobbi (D5 6º A3 - até a rota de escape, sendo as enfiadas: 6º, A2, A3, A2),
Diretíssima Sul (D5 A1+),
Fissura Chove e Não Molha (A2),
Teto do Baú (A1),
Teto do Visual (A1).

Entre outras em livre com trechos em artificial.

Um forte abraço!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Abertura de Temporada de Montanhismo de São Paulo - Evento no Pico do Jaraguá

Divulgando!



SÁBADO, 14 DE MAIO, A PARTIR DAS 10:00H.

Venha confraternizar e celebrar o início da temporada de montanhismo!

- Oficinas de Técnicas de Escalada (gratuitas e abertas a todos os interessados, basta efetuar a inscrição antecipada no dia)
. Introdução à Escalada em Rocha
. Nós e voltas
. Auto-resgate
. Metereologia

- Palestras:
. Mínimo Impacto, com Milton Dines
. Mulheres na Montanha, com Rosângela Gelly

- Filmes de Montanha
. Patagonia Promise (homenagem a Roberta Nunes)
. SlackBrasil
. 7 Dias de Favela

- Circuito de Slackline

- Sorteio de brindes

e muito mais!

Aguardamos vocês lá!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Escaladas em Pedra Bela/SP.

Macacada reunida!

Fala galera!

Aproveito pra deixar registrado aqui que neste dia 01 de abril, eu, o Pedro e o Tacio Philip estivemos em Pedra Bela, próximo de sampa para um dia de escaladas ao lado de uma galera sangue bom, que aliás, mandou muito bem nas técnicas de escalada!

Sinceramente espero que a galera continue firme e forte com o esporte!!

Parabéns à: Patrícia, Roger, Anderson, Lilia, Saulo, Ricardo, Tomás, Fernando, Mayra e Felipe.



Abraços!!