terça-feira, 30 de novembro de 2010

Fazendo a travessia da Serra Fina (em 15 horas e 49 minutos).

 Travessia da Serra Fina.

Fala pessoal,

Depois de algum tempo sem fazer caminhadas, acabei recebendo o convite da minha amiga Bia Boucinhas, para que tentássemos realizar as travessias de Marins-Itaguaré no dia 27 de novembro seguindo para a travessia da Serra Fina no dia seguinte (dia 28 de novembro).

Topei instantaneamente, mas por conta do meu trabalho, e pela desistência de outro amigo que faria as trilhas conosco, resolvemos eliminar a travessia Marins-Itaguaré (que eu já havia feito anteriormente) e ficar somente com a novidade da travessia da Serra Fina no domingo.

Saí do serviço sábado de manhã e conforme combinado, passei na casa da Bia por volta das 16h para pegá-la e seguirmos para o abrigo de montanha do Miltão, nas proximidades do Pico dos Marins. Dormiríamos ali e conforme combinado com o Miltão, ele nos levaria até a Toca do Lobo e nos pegaria depois no sítio Pierre. Nossa meta era realizar a travessia em 15 horas.

Levantamos às duas horas da manhã do domingo, comemos algo, nos hidratamos, preparamos tudo e saímos do Miltão sentido Toca do Bolo. Como nem eu, nem a Bia, tampouco o Miltão sabíamos onde era a Toca do Lobo tivemos que usar o waypoint do GPS para achar, além de ir perguntando pro pessoal, até achar a estrada de terra, que possui diversas pequenas placas indicando o acesso para o início da travessia.

Iniciamos a travessia às 04 horas e 53 minutos, ainda de noite, sendo que quando eram 07h00 pontualmente estávamos chegando no cume do "Alto Capim Amarelo". Descansamos um pouco (adotamos a estratégia de descansar 5 minutos a cada 1 hora de caminhada) e continuamos seguindo, passando pelo acesso ao Pico do Tartarugão, onde pegamos agua, e seguimos direto ao topo da Pedra da Mina, atingido após 06 horas e 32 minutos de caminhada. Assinamos o livro de cume e continuamos a travessia.

No cume do "Alto Capim Amarelo".

Pegando agua na saída pro Pico do Tartarugão.

Bia assinando o livro de cume, na Pedra da Mina.

Neste ponto tivemos nosso primeiro contra-tempo. Continuamos seguindo pelo "track" do gps sem perceber que ela levava para o "Paiolinho" sendo que após descermos pela face errada a Pedra da Mina e percebemos o erro, tivemos que parar e decidir se subiríamos de novo a Pedra da Mina ou tentaríamos varar o mato sentido à trilha que queríamos.

Como já havíamos descido toda a Pedra da Mina, entendemos que seria muito cansativo e delongado subí-la de novo para depois descê-la e assim deicidimos seguir mato adentro até que conseguíssemos interceptar um dos waypoints que fosse de nosso interesse, no caso o acampamento 16. Continuamos seguindo então, atravessando o capinzal até chegar a um bonito rio que segue à esquerda da trilha (que vontade de mergulhar, pois tava muito quente).

Em certo ponto, se descola do rio e segue subindo uma pequena montanha e na sequência pequenos morros, sempre numa cresta, que têm seu auge no Cupim do Boi. Dali pode-se seguir rumo a Cabeça de Touro (não fizemos) ou continuar a travessia rumo ao Pico Três Estados. Vale a pena dizer que a segunda parte da travessia, depois que se desce da Pedra da Mina até o final, a trilha é bastante ruim, com trechos de mata fechada, com bambus chatos e capins que a todo momento cobrem a trilha, dificultando a orientação.

Continuamos a travessia rumo ao Pico Três Estados e logo estávamos em seu cume. Já cansados e quase sem água, já que depois que sai de perto do rio não existe praticamente mais ponto pra agua, descemos e depois subimos alguns cumes rumo ao Alto dos Ivos (atingido com 14 horas e 20 minutos de travessia) para então depois seguir pela cresta de descida rumo ao último acampamento e aos trechos de cerca que estavam marcados no GPS.

Depois de atingirmos os ultimos trechos de cerca a trilha melhora bastante sendo que logo então estávamos atingindo o último waypoint da travessia e o mais esperado: "Fim da trilha".

Cume da Pedra da Mina.

Cupim de Boi (à esquerda) e Cabeça de Touro (dir).

Contra-forte da Pedra da Mina.

Ela termina em uma estrada abandonada e em fase de recuperação por parde da natureza, sendo que atingimos a estrada após 15 horas e 49 minutos de travessia, quando então fechamos o cronômetro, às 20h42.

Ali tivemos nosso maior contra-tempo. Como tínhamos a informação que dali até a fazenda ecológica era uma estrada começamos a descer pela esquerda, mas depois de algum tempo de descida começamos a ver que a estrada havia sido engolida parcialmente pelo mato e começamos a duvidar se aquele era o caminho certo. No GPS, não havia o track, somente alguns waypoints e a mata fechada em cima da gente, dificultava o uso. Por fim, a noite e o cansaço atrapalhava nossa mente.

Acabamos achando que tínhamos seguido a estrada para o lado errado e decidimos voltar tudo e seguir no sentido oposto o que fez com que acabássemos nos perdendo no mais óbvio!!! Depois de terminada a trilha!! Ficamos muito tempo pensando e pensando e nada. Por sorte, conseguimos achar um pequeno arroio, onde pudemos pegar agua e nos hidratar. Comemos algo, tomamos agua e com muita dificuldade encontramos a trilha de volta da travessia, na qual voltamos até um ponto que conseguímos reconhecer.

Dali voltamos a baixar e após muitas lucubrações acabamos decidindo pegar de novo a estrada e descer, arriscando que fosse o lugar certo. Por sorte era. Para se ter uma idéia de quanto tempo perdemos aqui, ficamos das 20h42 até às 00h35 tentando achar a descida até que resolvemos arriscar uma nova descida pela estrada.

Chegamos rapidamente no carro, sendo que quando era 02h00 da manhã já estávamos no carro descendo rumo a Passa Quatro. Após o contra-tempo o Miltão nos levou até o Graal de Três Garças, onde ele ficou e nós seguimos de volta pra sampa, após comermos algo.

Eu a Bia com o Alto dos Ivos logo atrás, antes de subirmos.

Alto dos Ivos visto da cresta de descida.

Deixei a Bia na casa dela e toquei pra casa onde tomei um banho, peguei minhas coisas e fui direto pro trabalho, chegando em cima da hora. Acho que não precisa nem dizer como foi o dia. hehehe.

É isso aí. Foi uma bela travessia, feita em um tempo que achamos muito bom. Considerando que perdemos tempo varando mato e tentando localizar algumas vezes a trilha (algo normal, já que nem eu e a Bia havíamos feito a travessia anteriormente), creio que teríamos condições de fazer a travessia em 2-3 horas mais rapido da próxima vez. O problema é que eu não pretendo voltar lá tão cedo! ehehehe. Abaixo segue o vídeo da travessia.


Um forte abraço!!

domingo, 21 de novembro de 2010

Escaladas em São Bento!


Fala pessoal,

Estou chegando de viagem agora mesmo, onde após sair pra São Bento no sábado, acabei me encontrando por lá com a Bia Boucinhas, o Beto Vilela e com o Leandro Pereira para algumas escaladas!

Como consegui chegar somente na parte da tarde, a Bia, o Leandro e o Beto Vilela já estavam terminando a via Galba Athaíde no Bauzinho, que por sorte calhou por terminar antes de um temporal que pegamos na descida pra São Bento!

Fomos pra pousada da Tia Cida, onde nos acomodamos e fomos jantar no Sabor da Serra. No outro dia, como nossa intenção era escalar usando nossos amiguinhos móveis, seguimos para o col do Baú com a intenção de escalar desde a base do Baú e subir por uma via, e depois emendar na Gregos e Troianos.



Como não conseguimos, por desconhecimento mesmo, descer até a base do col, fizemos a subida pela via "Escória" (4º VI), que possui 3 enfiadas que juntas têm uma cantoneira abandonada e outros 4 grampos espalhados em 90m de escalada (incluindo as paradas).

Fechei uma cordada com a Bia e o Beto com a Rose e seguimos subindo, sendo que chegamos ao topo do col já cansados depois da energia e tempo gasto tentando achar a descida para a base do Baú, o que nos fez contentarmos e irmos embora!!



Valeu muito a pena a zueira!! Só tem gente boa nesse negócio.

Ainda voltamos pra sampa e fomos curtir uma cerveja na Vila Olímpia, tudo sujo, diga-se de passagem!

Olha o pão!!!

Abraços!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cerro Torre e Fitz Roy em 4 dias.

A dupla no cume do Fitz Roy.

 Adam Holzknecht no Cerro Torre.

Os alpinistas italianos Hubert Moroder e Adam Holzknecht, conseguiram em 4 dias escalar as difíceis montanhas patagônicas acima citadas, abrindo de maneira bastante confiante, a temporada de escalada na região de "El Chaltén".

Eles chegaram a Chaltén em 8 de novembro e já no dia seguinte subiram para o bivaque junto a face oeste do Fitz Roy. No dia 10 de janeiro iniciaram a escalada, atingindo o cume às 16h00. Por volta das 22h00 já estavam de retorno no bivaque.

De volta a Chaltén e com a boa janela ainda reinante, decidiram aproximar no Cerro Torre onde fizeram a ascensão em aproximadamente em 15 horas.

Segue abaixo a notícia na íntegra, extraída do site desnível: http://www.desnivel.com/object.php?o=20760

Fotos por Flavio Moroder.

Cerro Torre y Fitz Roy en cuatro días

La meteorología permitió que los italianos Adam Holzknecht y Hubert Moroder enlazaran las ascensiones de la Supercanaleta al Fitz Roy y la vía del Compresor al Cerro Torre en la misma semana.

La meteorología adversa es uno de los característicos obstáculos a los que se tienen que enfrentar las expediciones que visitan las montañas de Patagonia. Las ventanas de buen tiempo son escasas y breves. Los italianos Adam Holzknecht y Hubert Moroder lo sabían y optaron por lanzar rápidos ataques a las vías que intentaron en la zona. De este modo fueron capaces de ascender durante cuatro días de la semana pasada dos de las más clásicas: la Supercanaleta al Fitz Roy el miércoles y la vía del Compresor al Cerro Torre el domingo.
 

Ambos alpinistas llegaron a Patagonia el 8 de noviembre y, al día siguiente, se desplazaron hasta la base de la pared oeste del Fitz Roy para aprovechar el buen tiempo reinante. Tras vivaquear allí mismo junto a otras dos cordadas, partieron a las 3 de la madrugada.

 

En su resumen de la actividad publicado por Montagna.tv, señalan que “recorrimos la pared mixta de roca y nieve hasta la cima, que alcanzamos a las 16.00, después de 13 horas de escalada. Efectuamos el descenso a lo largo de la misma vía, llegando al final de la canal al anochecer, hacia las 22.00. Desde el saco pudimos seguir el descenso de nuestros compañeros de aventura, que se nos unieron en la base hacia las 2 de la madrugada”.

Con un éxito tan rápido en el bolsillo, Holzknecht y Moroder deshicieron a pie en unas 7 horas el camino hasta El Chaltén, cargando con sendas pesadas mochilas. Era jueves y, “visto que el buen tiempo todavía se mantenía, decidimos aplazar el reposo y partir hacia otro ambicioso objetivo”.
 

Ese objetivo no era otro que la mítica vía del Compresor, abierta por Maestri en el Cerro Torre. Otras siete horas de caminata el sábado les llevaron hasta la base de esa montaña, donde se encontraron a Rolando Garibotti, listo para cortar los parabolts dejados allí en invierno por David Lama.

Los dos italianos se pusieron en marcha en la vía del Compresor a las 2 de la madrugada. “Eran las 5 de la mañana cuando nos poníamos los pies de gato para superar los primeros largos difíciles”, señalan los escaladores, quienes añaden que “la primera parte de la escalada se reveló muy agradable y variada; en cambio, la parte superior fue agotadora a causa de los largos de artificial. El último largo antes de salir al hongo de hielo final exigió toda la experiencia de Adam para superarlo en parte en libre”.

 

Minutos antes de las cinco de la tarde, tras 15 horas de escalada, Holzknecht y Moroder alcanzaban la cima del Cerro Torre. Una breve pausa en la cumbre precedió el largo descenso, que les llevó hasta el glaciar hacia las 22 horas y al saco de plumas una hora más tarde.

Los dos italianos se pusieron en marcha en la vía del Compresor a las 2 de la madrugada. “Eran las 5 de la mañana cuando nos poníamos los pies de gato para superar los primeros largos difíciles”, señalan los escaladores, quienes añaden que “la primera parte de la escalada se reveló muy agradable y variada; en cambio, la parte superior fue agotadora a causa de los largos de artificial. El último largo antes de salir al hongo de hielo final exigió toda la experiencia de Adam para superarlo en parte en libre”.

Minutos antes de las cinco de la tarde, tras 15 horas de escalada, Holzknecht y Moroder alcanzaban la cima del Cerro Torre. Una breve pausa en la cumbre precedió el largo descenso, que les llevó hasta el glaciar hacia las 22 horas y al saco de plumas una hora más tarde.

sábado, 13 de novembro de 2010

Escaladas das vias "Galba Athaíde", "Chicken Salad", "Normal do Baú", "Cresta do Baú" e "Normal do Bauzinho". São Bento de Sapucaí/SP.

Paulo, Cris e eu no cume da Pedra do Baú/SP.

Fala pessoal,

Após trabalharmos o final de semana inteiro na Fórmula 1, apoiando o evento nos assuntos de interesse de atuação do Corpo de Bombeiros, eu, o Paulo Chagas e o Cristian Bons, decidimos correr para São Bento de Sapucaí para escalar na terça e quarta-feira algumas vias de escalada.

Nossa idéia era apresentar ao Cris, que é tenente do Corpo de Bombeiros do estado do Alagoas e está fazendo um longo curso com a gente, o complexo da Pedra do Baú, onde ele poderia ter um contato inicial com as montanhas paulistas.

Saímos de sampa, bem cedo, e quando eram 6h da manhã estávamos passando em Franco da Rocha para pegá-lo e seguirmos direto para a Pedra do Baú, via Campos do Jordão.

Seguimos direto para lá, e após algumas breves paradas para comida e abastecimento, chegamos no estacionamento da Pedra quando eram por volta das 10h30.

Havíamos elegido a via "Galba Athaíde" (5º Vsup E2 150m) como nossa primeira escalada e quando eram por volta das 11h30 o Paulo estava guiando a primeira enfiada desta bonita via, que é a primeira via à esquerda na face norte do Bauzinho.

Paulo guiando o crux da "Galba Athaíde", no Bauzinho.

O Cris guiando a 1ª enfiada da "Normal do Bauzinho".

O Paulo guiou as 3 primeiras enfiadas, ficando com todos os "cruxes", sobrando pra mim somente guiar a última e fácil 4ª enfiada. Chegamos no cume, fomos para o carro para nos hidratarmos, comermos e jogarmos conversa fora. O tempo ajudava.

Seguimos dali para a "Normal do Bauzinho" (2º III E2), uma fácil porém aérea via de escalada na face norte do Bauzinho, onde o Cris iria guiar (sua 2ª guiada geral, sendo a primeira em Salesópolis). O Paulo desceu com ele para dar segurança, enquanto que eu montaria uma linha de rapel para fotografá-los.

Cris guiando a "Normal do Bauzinho".

Paulo subindo a "Normal do Bauzinho".

Eles fizeram as duas enfiadas com tranquilidade enquanto eu sacava as fotos, que seguem no relato.

Saímos dali e fomos escalar então a via "Chicken Salad" (5ºsup E2). Uma curta via (uma enfiada), onde o crux está no início levemente negativo. Totalmente protegida por grampos. Guiei a via, sendo que o Cris muito bem, mandou de segundo, enquanto que desta vez o Paulo fazia a gravação da escalada de nós dois.


Já eram quase 18h quando havíamos terminado esta escalada e assim decidimos ir pra São Bento de Sapucaí. Fomos para a pousada da Tia Cida, onde pegamos um pernoite (por 30 reais com café da manhã), tomamos um banho e fomos para a Cantina do Tio Giuseppe, muito boa e barata, onde comemos e tomamos uma cerveja.

No outro dia, nossa idéia era seguir para a Pedra do Baú, fazendo as vias "Cresta do Baú" (IVsup), "Normal do Baú" (2ª enfiada - IIIsup E2) e o "Teto do Baú" (A1). Para tanto, quando eram 6h levantamos em São Bento, tomamos café, fizemos as compras e seguimos para o complexo. Arrumamos as tralhas e seguimos pela trilha, subindo ao col e fomos direto para a "Cresta do Baú", onde o Cris guiou muito bem, tomando uma bonita queda que não o abateu. O Paulo seguiu e por último eu limpei a via.

O Cris guiando a "Normal do Baú".

Paulo subindo a 2ª enfiada da "Normal do Baú".

O cris então seguiu guiando a "Normal do Baú" também, sendo que eu já havia guiado a via para poder sacar fotos dele e do Paulo por cima. Assim foi feito e quando não eram nem 10h30 já estávamos no cume tirando mais fotos. Acabamos decidindo por não fazer o "Teto do Baú" e logo estávamos descendo pela escada da face sul para retornamos ao carro.

Pedra do Baú vista do col.

Destino Baú!

Chegamos, arrumamos todo o equipamento e começamos a viagem de volta, sendo que quando era por volta das 17h estava chegando em casa. A viagem foi muito boa, rendendo boas escaladas, boas palhaçadas e boas fotos e espero que se repita, até porquê, ficamos devendo o "Teto do Baú".

Um forte abraço!