quarta-feira, 26 de maio de 2010

Escalando o Dedo de Deus (via Teixeira)!

 Cris, eu e o Paulo no cume do Dedo de Deus.

Fala pessoal,

Neste último final de semana, eu, meu amigo Paulo Chagas, bombeiro, e nosso amigo Cristian Bons, bombeiro do estado de Alagoas e que está em sampa fazendo um curso conosco, escalamos o Dedo de Deus, situado na região serrana do estado do Rio de Janeiro, próximo à cidade de Teresópolis.

Saímos de sampa na sexta-feira, por volta das 12h30, e quando eram por volta das 18h00 estávamos chegando em Teresópolis, onde havíamos reservado hotel (www.aventureiropousadatere.com.br), que por sinal, muito bom.

Fomos para a cidade terminar de arranjar os preparativos, saímos para jantar e logo estávamos dormindo. No dia seguinte levantamos por volta das 05h30 e quando eram por volta das 07h00 estávamos iniciando a trilha que nos leva aos cabos-de-aço iniciais.

 Dedo de Deus ao fundo.

O Dedo de Deus é uma montanha de impressionante formação geológica, uma agulha que se sobressai em quase 900 metros em relação à BR-116 que passa aos seus pés, e que termina num cume pouca coisa maior que uma quadra de tênis.

Fazendo a ingríme trilha com tranquilidade, chegamos aos cabos-de-aço por volta das 07h50 e após nos equiparmos, tirarmos fotos, iniciamos a subida, que para nossa surpresa foi iniciada com grande dificuldade pelo sebo que estava os cabos e pela rocha que estava muito escorregadia. Isso nos fez colocar as sapatilhas ainda durante os cabos e perdemos muito tempo neste trajeto. Encontramos na descida um trio de escaladores que haviam feito o cume do Dedo ainda durante a madrugada e que ainda iriam atacar o cume do Escalavrado, Dedo de Nossa Senhora e Cabeça de Peixe.

 Eu e o Paulo no início dos cabos. Pedra molhada e cabos ensebados.

Paulo guiando o trecho de escalada ainda na trilha.

Continuamos nossa subida e após vencer os cabos-de-aço chegamos a um trecho onde há uma escalada de 8 metros, com um lance em torno de 4sup/5º, que foi guiada pelo Paulo. Seguimos em diante chegando na base da primeira chaminé da via, que possui à sua esquerda uma pequena placa de homenagem ao guia Vilela, ao qual coube a mim a guiada.

Esta primeira chaminé foi feita em livre e artificial, e atribuo uma graduação de 5º A0. Não sei onde encontraram graduação máxima de 3º para a via, já que esta chaminé termina num lance negativo, próximo a um cabo-de-aço e começa numa escalada estranha até se entrar propriamente dito na chaminé.

 Eu, escalando a primeira chaminé.

Terminado de guiar o lance, içei as mochilas e fixei a corda para o Cristian, que nunca havia escalado na vida, mas dominava com tranquilidade técnicas verticais, sendo instrutor desta matéria em seu estado, para que jumareasse. Assim o fez e depois deu segurança ao Paulo Chagas para que subisse em livre limpando a via.

Seguimos pelo platô até a base da segunda chaminé, que começa por fora, com dois grampos e depois segue por dentro, ao fundo, tendo mais três grampos na horizontal e posteriormente por um túnel alto em direção à saída da chaminé atingido a parada.

 Paulo terminando a segunda e apertada chaminé.

Saí guiando e na sequência, com muito sofrimento e muita tiração de sarro, o Cristian conseguiu escalar (achando que ia morrer entalado, hahaha) e logo após o Paulo Chagas também terminou de escalar a chaminé. Iniciei o que seria a provavél enfiada em artificial, partindo da parada em uma virada para a direita, bem aérea, com 4 grampos P. A guiada foi tranquila e logo depois da virada é possível ver outra parada, onde fixei as cordas para o Cris e para o Paulo, que subiu limpando.

 Eu, guiando o trecho de artificial. Vista bem aérea.

Dali chega-se em outro platô onde fomos até o fundo, onde existe uma grande laca, que se deve entrar até o fundo e escalar por lá, observando após uns 5 metros de escalada, os primeiros grampos existentes. São 4 grampos até uma outra parada que está na virada para a continuação da chaminé rumo a escada que dá acesso ao cume e que está protegida por mais duas antigas proteções. Do primeiro grampo até a parada nem se pode dizer que é escalada de chaminé, podendo escalar em face, depois da parada até o antecume se escala como em chaminé.

Toquei direto até o antecume onde fixei a corda para o Cris, que estava bastante cansado devido ao esforço na chaminé "arranca botão" (segunda chaminé) e depois dei segurança clássica para o Paulo que subiu bem rápido.

 Eu, entrando na última guiada.

Deixamos tudo lá, subimos a escada e assinamos o livro de cume, tiramos algumas foto e logo estávamos descendo, já que estávamos bastante atrasados com relação ao nosso cronograma original. Atingimos o cume às 17h28.

Iniciamos os rapéis pelo própria via Teixeira, e após dois rapéis chegamos onde onde tínhamos deixados as mochilas com nossa comida e água. Nos alimentamos, hidratamos e continuamos a descer, até atingir os cabos-de-aço. Dali fomos rápido até quase o chão, parando somente a 30 metros da trilha quando a corda enroscou durante a recuperação o que me obrigou a subir novamente pelos cabos-de-aço e fazer um rapel-tensão com outra corda para alcançar a corda enroscada e conseguir liberá-la. Eram 21h30 quando isso ocorreu.

 Livro de cume.

Terminado os rapéis, guardamos os equipos nas mochilas e iniciamos a descida da trilha e quando eram 23h30 saímos na BR-116 e após 20 minutos estávamos chegando no carro para nosso deleite.

Ainda fomos para Teresópolis jantar uma picanha deliciosa e comemorar o sucesso da nossa escalada apesar de cansados. No domingo foi somente retorno e AC/DC.

 Eu e o Paulo na placa que marca o cume.

Está aí mais uma escalada muito prazeirosa com grandes amigos em uma grande montanha.

Recomendo levar uns friends para reforçar a segurança na primeira chaminé e no começo da útima, antes de se atingir os grampos. No mais, umas 6 costuras, material individual e luvas de raspa para os cabos-de-aço.

Abaixo eu coloco o croqui, extraído da croquiteca do CEC (www.carioca.org.br). Existem algumas distorções com relação ao croqui. Sugiro ler o relato ou me mandem um email: victorcarv@terra.com.br.

Clique na imagem para ampliar.

Abraços!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Escalando no Cuscuzeiro, Analândia/SP.

 Morro do Cuscuzeiro/SP.

Fala pessoal,

Este final de semana que passou viajei na sexta-feira a noite, de ônibus, para Analândia, interior do estado de São Paulo, próximo à Rio Claro, onde eu iria auxiliar meu amigo Osvaldo, ao lado do Tacio e do Paulo Chagas em um módulo da instrução do Curso de Salvamento em Altura do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Por problemas administrativos internos da Instituição, a minha participação, bem como a do Paulo chagas, que também é tenente foi impedida e desta maneira acabei por não participar. De qualquer maneira, como estava lá, não podia deixar de aproveitar o fato de que estava no Cuscuzeiro e assim, eu, o Tacio e o Osvaldo resolvemos escalar no sábado.

 Eu na via "Sai de Baixo", 5ºsup.

Tacio na "Via do Visual", 6ºsup.

Entrei inicialmente na via "Sai de Baixo", graduada em 5ºsup, esportiva, onde o crux, está numa pseudo-chaminé existente entre o segundo e terceiro grampos e logo estava chegando na parada. O Tacio que já havia feito a via, veio de segundo limpando a via (que é chata de ser limpa de cima pra baixo) e logo estávamos rapelando.

Dali seguimos para a "Via do Visual", recomendada por muitos, o Osvaldo entrou guiando e mandou a guiada deixando a via equipada para as guiadas minha e do Tacio. O Tacio guiou na sequência e eu guiei por último. A via é muito bonita e segue por uma linha de 38 metros na maior parte vertical e no final e no crux, negativa. O visual é muito bacana e a via vale a pena. A graduação fica por conta do 6ºsup, creio.

Eu entrando na "Via do Visual".

Ainda na "Via do Visual".

Dali, como queríamos acessar ao cume, entramos numa via fácil chamada "Transamazônica", graduada em 3º, guiada pelo Tacio e seguimos pela via "Let's Go Space Trucking", guiada pelo Osvaldo, pelo croqui um 5ºsup, mas creio que está mais pra um 6º. Muito bonita a segunda via, que segue por uma cresta trabalhando também alguns pequenos regletes, sendo bem vertical e até mesmo um pouco negativa.

Acessamos o cume por uma curta via onde se vence um teto, guiada pelo Tacio, onde a graduação deve ser algo em 5ºsup e logo estávamos no cume tirando fotos. Observação para uma ferroada de marimbondo que tomei quando estava indo para o tetinho final chegando quase no cume que me incomodou um pouco.

Tacio subindo a "Let's Go Space Trucking", 6º.

Tacio, Osvaldo e eu no cume.

Fizemos o rapel pela via "Carteirinha" e logo fomos para a via "Manga com Leite", graduada em 6º. A via que já estava equipada, foi guiada inicialmente pelo Osvaldo, seguido pelo Tacio e por mim, que já cansado e sem escalar a algum tempo não consegui chegar na parada. A via deve ser um 6º mesmo, com boa agarras e com dois terços dela em um leve negativo.

Dali o Osvaldo ainda teve braços para ir encadenar um 7b à vista que não está no croqui, informada a graduação da via por uns locais que estavam lá e o Tacio foi de segundo limpando.

 Eu na via "Manga com Leite", 6º.

Já cansados voltamos pro carro onde após sabermos que a previsão para o domingo era de chuva decidimos passar o dia das mães em sampa e assim pegamos a estrada.

Ainda paramos numa churrascaria para repor os músculos e quando eram 22h30 estava chegando em casa.

Mais um bom dia de escalada, onde ficou claro que preciso voltar a treinar pis o negócio tá ficando feio. :-)

É isso aí! Até a próxima!

Fotos: Tacio Philip Sansonovski.

domingo, 2 de maio de 2010

Caminhada ao Pico dos Marins/SP (2.420,7m).

Fala pessoal,

Acabei de chegar do Pico dos Marins, montanha da Serra da Mantiqueira, cujo cume está a 2.420,7m de altitude.
Saímos de sampa na sexta a tarde, pernoitando da acampamento base dos Marins, que é administrado pelo Miltão. Gente finíssima!

No sábado avançamos para o pré-cume onde acampamos e hoje por volta das 05h30 atacamos o cume para curtir o nascer-do-sol. Voltamos para o acampamento para tomar café, desmontamos tudo e descemos para o acampamento base, chegando lá por volta das 13h00.

De lá fomos para uma fazenda almoçar e acabei de chegar em casa.

Para mim foi uma experiência diferente pois estávamos em três monitores (eu, Ademir e Emilene) mais um guia, o Clóvis, conduzindo 12 alunos do Curso Básico de Montanhismo do CAP em sua segunda saída. Tudo correu de maneira excelente e o tempo colaborou muito!

Observação para as quase 60 pessoas que estavam no cume dos Marins no nascer-do-sol.

Abraços!!