quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Escaladas no Bauzinho, colo e Ana Chata.

 Pedra do Baú/SP no dia 12 de outubro.

Fala pessoal,

Ainda em recuperação de um forte tendinite que atingiu dedos das minhas duas mãos, fui neste último feriado para São Bento de Sapucaí, com o Ricardo Nonaka. Grande amigo e escalador, que por questões pessoais acabou se afastando da escalada nos últimos 8 meses.

Saímos de sampa no domingo, com a intenção de escalar a tarde no Baú, mas acabamos chegando meio tarde, o que fez com que passassemos um mal bocado com a caída da noite.

Uma vez lá, encontramos o conhecido escalador  e conquistador carioca, Antonio Paulo Faria, que nos alertou sobre um ocorrido, onde enquanto escalava no Bauzinho fora alvo de pedras, jogadas desde o cume daquela montanha, provavelmente por turistas.

 Eu e o Rick na base da "Gregos e Troianos".

Dali partimos para o col, onde entrariamos na via "Gregos e Troianos" (5º VI E2). Chegando lá, rapelamos e iniciamos a escalada, com o Rick na ponta da corda. Sem conseguir encontrar o rumo e já escurecendo decidimos voltar subindo pela via "Escória" (3º Vsup E2), mas não o suficiente para evitar a noite.

Como o platô da via é um pouco mais abaixo do platô da Gregos e Troianos (que é o mesmo que leva à parede laranja), resolvi não perder tempo fazendo um rapel para lá, emendando uma travessia fácil porém exposta diretamente para a linha da via. Terminada minha guiada o Rick subiu e iniciou a guiada da segunda enfiada, que erroneamente acabou por fazer uma grande travessia para a direita, indo parar na parada da, provavelmente, "Via das Corujas". Fui até lá, disse que havíamos fugido da linha e que não sabia a graduação da "Via das Corujas" e que teríamos de voltar para a "Escória". O Rick então refez a travessia de volta (exposta) e achou a linha de subida, voltando a ser perder já próximo à parada, que confunde, por ser mista (uma cantoneira e demais peças móveis). Dali subi até o Rick, que agora já bem próximo do col guiou com tranquilidade até o topo. Subi e dali descemos rápido para o carro, onde chegamos quando era por volta das 21h30.

 Eu, guiando a "Escória".

Durante a subida, quase fomos acertados por um bloco rochoso que despencara desde o col, passando cerca de 10 metros pela minha direita. Posteriormente fiquei sabendo, que ele caiu por um descuido de escaladores que o jogaram pra baixo sem querer, quando iam embora. O bloco devia pesar pelo menos uns 5 kg. Pra ajudar um friend ficou entalado ainda na primeira enfiada da "Escória" e que teríamos que recuperar no outro dia.

No outro dia fomos então resgatar a peça. Para isso montamos uma base móvel no col e desci até chegar no friend. Com muito esforço consegui remover a maldita, quase uma hora depois, jumareando de volta.

 Cordada de Bernardo Collares e Flávio Daflon na "Learning to Fly". Foto tirada logo depois que resgatei o friend.

Seguimos para a "Fissura Corneto", onde o Rick guiaria a primeira enfiada e eu ficaria com a bonita segunda. O Rick iniciou a guiada mas não conseguiu mandar o lance final e eu prevendo perrengue, pedi que voltasse e que fôssemos para outra via para aquecer. Como havíamos chegado tarde no Baú (quase na hora do almoço), o dia já estava quase perdido, isso sem contar o frio, névoa e vento que nos acompanhavam.

Dali seguimos para a via "Chicken Salad" (5ºsup), onde eu entrei e guiei, terminando com o Rick subindo de segundo, quando eram por volta das 16h30.

 Eu, na parada da "Chicken Salad", no Bauzinho.

Decidimos voltar para São Bento para descansar e não deixar acontecer na terça, o que ocorrera na segunda. Ou seja, que perdêssemos tempo para escalada. No outro dia, conforme combinado, seguiríamos para a Ana Chata para fazer móvel de baixa dificuldade.

No dia seguinte, descansados, levantamos bem cedo e quando era 07h00 já estávamos estacionando para subir para a Ana Chata.

Como queríamos voltar pra sampa cedo e evitar o trânsito, estipulamos o horário limite pra retornar para São Bento, no máximo às 13h00, e após nos perdermos para subir, chegamos na base por volta das 08h00.

Como nunca havia escalado a via "Tom Sawyer" (2 enfiadas, inteiramente em móvel), sugeri que entrássemos nela e que seguíssemos para o cume pela "Lixeiros", o que fizemos. Iniciei a escalada às 08h30 e quando eram 10h50 estávamos no cume, alternando a guiada.

 Rumo: Ana Chata.

Eu, guiando a fácil e bonita primeira enfiada da "Tom Sawyer", na Ana Chata.

Rick, guiando a 2ª enfiada da "Tom Sawyer".

Descemos e pensamos em entrar em outra via, curta, mas como o tempo estava escasso, resolvemos retornar pra sampa.

Daria pra escalar muito mais, mas como estou com tendinite e o Rick estava sem escalar a muito tempo, até que ficou de bom tamanho. Espero que da próxima renda mais!

É isso aí!

Forte abraço!

sábado, 9 de outubro de 2010

Repetida a via Place of Happiness, 8º IXa, 850m

 Maciço da Pedra Riscada.

Fonte: http://www.companhiadaescalada.com.br/noticias/anteriores02/pedra-riscada.htm

Crédito das fotos: Flávio Daflon, Daniel Araújo e Silvio Neto.

Os cariocas Daniel Araújo, Fábio Muniz, Flavio Daflon, Martino Singenberger e Silvio Neto fizeram a primeira repetição da via Place Of Happiness, na Pedra Riscada, em São José do Divino - MG. Foram dois dias de escalada para superar os 850 metros desta via, que está cotada em IXa.

Place of Happiness foi aberta pelo paranaense Edmilson Padilha, pelo argentino Horácio Gratton e pelos alemães Houlger Heuber e Stefan Glowacz em 2009. Para quem não conhece Glowacz foi um dos pioneiros da escalada de grande dificuldade e um dos campeões do prestigiado Campeonato de Arco e tem repetido e aberto vias pelos sete continentes. Veja aqui a matéria e fotos no site da Companhia da Escalada e no site da RedBull, e um vídeo sobre a conquista da via Place of Happiness, na Pedra Riscada, em Minas Gerais.


Os cinco escaladores cariocas viajaram 700 km no sábado, dia 31 de julho para fazer a primeira repetição dessa belíssima via mineira.

No domingo começaram a escalar por volta das 10 da manhã. Subiram dez enfiadas, encoradaram as mais difíceis e desceram para dormir próximo a base. Na segunda descansaram. Na terça-feira começaram a escalar as 6:30h da manhã e as 9:30h alcançaram o ponto mais alto da investida anterior. Chegaram ao cume as 17:30h. Foram 18 enfiadas com as graduações seguintes: IV, IV, IV, IV, VIIa, IV, VIsup, VIIIc (VIIa A2), IXa (VIIa A2), VIIIb, IXa, VIIb, VIIIa, VIIa, VIsup, VI, IV e IV. Essa foi a primeira repetição da via, já que duas tentativas anteriores de outras cordadas desistiram por motivos diversos.