sábado, 7 de dezembro de 2013

Conquista dando grave mal exemplo! Leiam o artigo do Link.



Qual mal exemplo da Conquista Montanhismo. Infelizmente não posso compartilhar desta política e por isso não compro mais conquista! Infelizmente uma empresa brasileira dando um péssimo exemplo. Vejam o artigo:


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Vídeo documentário da expedição para o Lenin Peak (7.134m), Quirguistão. Julho/2013

Caros amigos,

Estou divulgando o vídeo documentário que eu fiz sobre a expedição para o Pik Lenin, no Quirguistão.

A montanha, que possui 7.134m, é uma das montanhas que compõem o prêmio Leopardo das Neves e minha ascensão foi somente a terceira ascensão de brasileiros e a primeira feita em solitário.

Feita em julho deste ano. Posteriormente vou fazer um post específico para essa viagem com mais fotos e informações!

Espero que gostem!


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Escaladas em La Ola, Los Gigantes e Arenales, na Argentina. (Parte 2)

(Continuação da postagem de La Ola e Los Gigantes)

O refúgio.

Chegando em Mendoza, nos instalamos e corremos para comprar nossos suprimentos para Arenales e depois tomar uma cerveja. Mendoza é uma cidade interessante, pois está cravada em uma região desértica e é muito quente, um contrastre para a parte alta dos Andes. Ela é cidade-base para o Aconcagua, Cerro Plata e tantas outras montanhas sulamericanas.

Mendoza é quente, portanto requer um sistema de refrigeração mais apurado.

No dia posterior pegávamos nosso ônibus para Tunuyan, onde então pegaríamos uma camionete até o refúgio de Cajon de los Arenales, localizado aos 2.800m de altitude e que seria nossa morada pelas próximas duas semanas pelo menos.

Neste dia, como chegamos no refúgio pela tarde decidimos ficar tranquilos e organizar equipos e comida, tomando o cuidado com as famosas ratazanas que existem lá. Aos que quiserem ir, devem pendurar a comida nos ganchos protegidos. O refúgio em si é bem simples, tendo dois ambientes. O de baixo, de chão de terra é a área de convivência e cozinha e o andar superior de chão de tábuas e alguns colchões velhos é onde a rapaziada dorme. Aos finais de semana o refúgio enche de escaladores, sendo que a maior parte é proveniente de Mendoza, onde existe uma grande escola de formação de guias de montanha.

Nossa subida para o refúgio. Jaro, eslovaco que escalou com a gente. 

Nossa comida para quase 20 dias. 

Friends na bancada.

Lá as vias são todas com proteções móveis, sendo que você encontrará chapas ou pitons nos pontos de parada em em alguns locais específicos. De maneira geral a graduação não é difícil, sendo que escalamos vias de até F6b, em móvel. As vias são mais longas, sendo que a maior que fizemos foi na agulha "El Cohete", com 500 metros de parede.

Como estávamos nos Andes, passamos a estar submetidos às condições climáticas daquele lugar e com isso fomos obrigados a "ficar de molho" dois dias (12 e 13 de novembro) com as baixas temperaturas que nos pegavam (em torno de 0ºC e neve leve). Escalar em rocha com 0ºC e nevando é bem mais difícil do que simplesmente andar nestas condições.

No dia 14 teríamos nossa primeira oportunidade de escalar! Começamos leve, escolhendo como ponto de partida a via "El Zorro, F5+, 200m, Aguja Cara de Inca", via confusa que não recomendamos. A montanha é fácil de ser encontrada, estando no seu pé uma estátua de Jesus. A via segue ligeiramente ao lado direito dessa estátua. Seguimos depois para a via "Mujeres, Tequilas y otras Yerbas", F5+, 180m, Aguja Nuez. A via nada mais era que uma sequência de fendas que pareciam como uma escada gigante e estreita encostada na parede da Aguja Nuez, com uns dois pontos de passagem mais chatos e o resto curtição. Uma boa via de aclimatação. Ao término continuamos na via "Pilar y Cresta Noroeste", F5+, 180m, Aguja Alta Nuez, atingindo o cume e escalando uns 350-400m em sequência. O segundo trecho com menos passagens difíceis (na verdade somente um lance de F5+) e dando no cume da "Alta Nuez".

"Pilar y Cresta Noroeste", F5+, 180m, Aguja Nuez Alta.

No dia seguinte, em parceria com o eslovaco Jaro, que havia subido com a gente para o refúgio e estava sem parceiro, escalamos a via "Deja Ya de Joder", F6a+, 280m, Aguja Carlos Daniel, experimentando assim uma graduação um pouco mais forte. A via é muito bonita e cheia de lances mais técnicos que não tínhamos encontrado nas vias do dia anterior e a curtição foi muito legal!

No dia 16 descansamos e no dia 17 subimos com destino a Aguja Campanille Alto, para escalar a clássica "Armónica", F6a, 220m. O dia estava frio e o aquecimento na base da via começou com baforadas nas pontas dos dedos. A via possui uma sequência de fendas bonitas com graduação que varia entre o 5 e 5+, com exceção de uma linda fenda solitária que puxa o grau até F6a, mas a via não é difícil. O rapel é feito pela esquerda da via e deve-se tomar cuidado com as recuperações de corda por conta dos platôs.

 "Deja Ya de Joder", F6a+, 280m, Aguja Carlos Daniel.

"Deja Ya de Joder", F6a+, 280m, Aguja Carlos Daniel.

Cume da Aguja Carlos Daniel. Jaro, Tacio e eu.

Tacio guiando a primeira enfiada da "Armónica", F6a, 220m, Aguja Campanille Alto.

No dia 18, decidimos descer até a "Muralla Central" para escalar a bonita via "Patricia", F6a+, 200m. Uma via que começa forte, com um 6a+, com uma longa travessia até uma canaleta por onde a via sobe até o grande platô superior da Muralha. São mais umas duas enfiadas em F6a. Na segunda ou terceira enfiada tinha um pequeno friend entalado. A via vale a pena, pois é bem legal, com lances não tão fortes porém mais técnicos.

Após um novo intervalo provocado por mal tempo voltamos a escalar. Desta vez escolhemos a Aguja Charles Webis e a via foi a "Ya te Guaveriga", F6b, 230m. A via muito interessante, principalmente a primeira enfiada. Uma enfiada longa, com mais de 50m e quase toda em F6b, depois a graduação cai com alguns trechos de F6a e F6a+. O final cai para um F5 bastante sujo, porém o cume vale a pena. O cume da Charles Webis é o mais alto da região e por isso mesmo muito atrativo. Não me recordo precisamente, mas creio que o cume está há 3.600m, aproximadamente.

"Ya te Guaveriga", F6b, 230m, Aguja Charles Webis.

 Visual andino.

Cajón.

Tacio com a Aguja Charles Webis ao fundo.

Tacio guiando na "Ya te Guaveriga", F6b, 230m, Aguja Charles Webis.

Tacio guiando na "Ya te Guaveriga", F6b, 230m, Aguja Charles Webis.

 
Eu e o Tacio no cume da Charles Webis.

O francês Martial Dessay escalando a bonita fenda frontal da "Armónica" na Aguja Campanille Alto.

Visão da base da via "Ya te Guaveriga", F6b, 230m, Aguja Charles Webis.

Já no fim da viagem pudemos escalar as duas vias mais longas:

"Mejor no hablar de ciertas cosas", F6b, 500m, Aguja El Cohete. Linda via, sendo que sua primeira metade é uma grande canaleta fácil e grampeada (grampos distantes), sem fendas para proteger. A segunda metade é mais bonita recheada de fendas e fissuras, com graduação constante, são umas duas enfiadas em F6a, umas duas em F6a+ e uma em F6b. Algumas em F5+ e outras em F5. O cume é muito bonito e a via realmente deslumbrante. Recomendo a todos!

Uma dica para quem pensa em ir para lá é comprar o guia da região em Mendoza, no Club Andino de Mendoza. Apesar de meio salgado. Pagamos uns 150 pesos (em 2011) vale a pena, pois traz todas as vias e algumas informações interessantes.

A última via clássica que escalamos foi a "Il Patagonico", F6a, 460m, Aguja Casimiro Ferrari. Uma escalada que assim como o nome lembra a escalada de aventura que pode ser encontrada na patagônia. A via em si não é difícil, porém exige orientação pois são diversas quebradas na parede e a via é pouco frequentada. No cume achamos o livro de registro e nossa ascensão foi a única durante os nove anos anteriores.

No cume da via "Il Patagonico", F6a, 460m, Aguja Casimiro Ferrari.

Começando os rapéis na Aguja El Cohete.

Escalando a via "Mejor no hablar de ciertas cosas", F6b, 500m, Aguja El Cohete.

Rapel na via "Mejor no hablar de ciertas cosas", F6b, 500m, Aguja El Cohete.


Rapel na via "Mejor no hablar de ciertas cosas", F6b, 500m, Aguja El Cohete.

Eu e o Tacio no cume da Aguja Casimiro Ferrari. 

Visual andino.

Por fim acabamos por tirar um dia para escalar um pouco de esportiva na "Pared de la Mitria", onde escalamos as seguintes vias (vias com o asterisco foram guiadas):

Historietas, F6a; *
Running, F6b+; *
Bolzano, F5+; * e
Striptease, F6a+. *

Assim retornávamos para o Brasil em 27 de novembro após quase um mês de viagem com 48 vias escaladas em diversos pontos e em diversos estilos.

Caso algum escalador tenha interesse em outras informações basta me contactar!

Grande abraço a todos!

PARTE DAS FOTOS SÃO DE AUTORIA DO TACIO PHILIP (www.tacio.com.br).

Tempo nem sempre colaborando.

Um pouco de macrofotografia que aprendi com o Tacio.

Um pouco de macrofotografia que aprendi com o Tacio.


Refúgio!

Os pés depois de um mês de escaladas!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Apresentação da escalada do Pik Lenin (7.134m), no Quirguistão. Clube Alpino Paulista, dia 23 de outubro.

Caros amigos,

Tenho a satisfação de convidá-los para a apresentação sobre a escalada que eu fiz em julho agora, em solitário, no Quirguistão. A montanha foi o Pik Lenin, com 7.134m e a via escalada foi a Kovalev.

A apresentação será no dia 23 de outubro, na sede do Clube Alpino Paulista (Rua Gomes de Carvalho, 823, Vila Olímpia, São Paulo/SP) a partir das 21h. Entrada franca. Conto com a presença de todos!




Segue também o vídeo que eu fiz no cume do Pik Lenin:



Abraços!

Retomada do Blog - Escaladas em La Ola, Los Gigantes e Arenales, na Argentina. (Parte 1)

Llamate el Silencio, F6b.

Caros amigos,

Depois de muuuito tempo sem postagens é hora de retomar o blog! São mais de 30 mil acessos ao site e mais de 40 mil vizualizações de página. Fico contente toda vez que encontro amigos que dizem que ao procurar informações na net sobre escalada e montanhismo chegam ao site!

Bom, muitas escaladas ocorreram desde 2011, por isso e para não perder tempo vou atualizar com as viagens mais importantes que eu fiz no período, sendo as seguintes:

2011 - Escalada em rocha em "La Ola", "Los Gigantes" e "Arenales". Argentina.
2012 - Trabalhos na Antartica, pelo Programa Antártico Brasileiro.
2012 - Tentativa de cume do Monte Aconcagua, pela rota normal. Argentina.
2013 - Escaladas em rocha no Cerro Catedral, refúgio "Frey". Argentina.
2013 - Participação o Grimpday (Copa do Mundo de salvamento por cordas), na Bélgica.
2013 - Escalada do Pik Lenin (7.134m), pela rota "Kovalev", no Quirguistão.

No ano de 2011, eu e o Tacio Philip estávamos muito interessados em escalar em rocha, experimentando cada vez mais as rochas internacionais e andinas. Havia muito tempo que escutávamos sobre a qualidade do granito de Arenales, vale encravado aos 2.800m de altitude algumas centenas de quilômetros ao sul de Mendoza, Argentina.

Na época, o Tacio deu uma idéia bastante legal que seria visitar um amigo (Alcides, que se tornaria um grande amigo meu) que morava em Carlos Paz, cidade próxima de Córdoba, de onde poderíamos escalar também em "Los Gigantes" e em "La Ola", dois centros de escalada e um resumo da escola cordobense de escalada.

Como a temporada de escalada na Argentina começa pra valer lá pra novembro, marcamos nossa viagem para o último dia de outubro com a intenção de escalar na região de Córdoba durantes uns 10 dias e depois partir para Arenales, onde focaríamos a escalada tradicional (em "La Ola" predomina a escalada esportiva e em "Los Gigantes" predomina a escalada esportiva e escalada de parede, chapeada).

Partimos assim no dia 31 de outubro do Brasil com destino à Córdoba, fazendo uma breve escala em Montevideo, sendo que pela noite o Alcides nos buscava no Aeroporto. No dia seguinte (01/11) ficamos em Carlos Paz, conhecendo um pouco da cidade, fomos também no Clube Andino Carlos Paz e compramos algumas coisas que precisávamos como comida e tudo mais.

O clima nessa época do ano é muito bom, ligeiramente frio, porém sem causar problemas para as escaladas. Também sem chuva.

Partimos então para Los Gigantes, onde após uma caminhada de alguma horas chegávamos no abrigo "Rafael Juarez", que seria nossa casa por 4 dias e três noites. Bons tempos, onde rolariam muitas escaladas e muitas garrafas de vinho.

Arrumando os equipos em casa.

Saindo de São Paulo.

 No aeroporto em Montevideo.

Conhecendo Carlos Paz. 

Aproveitamos para conhecer o Club Andino Carlos Paz. Pessoal sangue bom. 

Entrada do Parque Los Gigantes. 

Entrada de Los Gigantes. 

 Subindo para a parte alta do Parque.

 Eternos companheiros.


Nossa casa por algumas noites. 


Vinhos. Sempre presentes. 

 Cozinhando no refúgio Rafael Juarez.

No ponto mais alto do Parque. Eu, Alcides e Tacio. Cume do Mogote Grande (2.378m).

Ao longo do tempo que ficamos na parte alta do parque, pudemos escalar várias vias, priorizando as mais clássicas e as indicadas por amigos. Fizemos as seguintes vias (o asterisco indica as vias guiadas e o 'F' antes do grau indica que a graduação é a francesa):

Pedra do Gorila:
Empotrando Garrafas, F5; *
Sueños Rotos, F5+; *
Gente del Miércoles, F6a; * e
Sueñen Comigo, F6a. *

Cerro La Cruz:
Angel Negro, F6a+; *
Trabá el Triceps, F5+;
Stress, F6a+; * e
Espolón (1ª enfiada), F6a.

Bareta:
Que dicé Don Jose, F6a; * e
Que dicé Don Antonio, F6a. *

Mogote Grande (ponto mais alto do Parque, 2.378 m):
Normal. *

Valle Se Te Quiere I Í:
Ite, F6a; * e
Llamate el Silencio, F6b. *

La Lajita:
Final Femenina, F6a. *

Del Ocaso:
El Pesto, F6a; * e
Flash for Fantasy, F6a. *

Zuriaga:
Zepellin , F5+; e
Que Manaca, F5+.

A rocha lembrou muito a de Itatiaia, sendo bem abrasiva, com alguns regletes, batentes, buracos, enfim, tudo. O clima do local, espetacular. Como fomos no meio da semana o parque de Los Gigantes foi praticamente nosso, com exceção de um dia onde encontramos algumas pessoas no Morro da Cruz.

Escalando Empotrando Garrafas, F5.

Escalando Gente del Miércoles, F6a.

Escalando Angel Negro, F6a+.

Escalando Ite, F6a.

Llamate el Silencio, F6b.

Linda visão do Parque.

Registrando o CAP por lá.


Escalando Gente del Miércoles, F6a. Foto ampliada.

No dia 5 de novembro descíamos para Carlos Paz, onde ficamos no dia 6 e partimos para "La Ola" no dia 07 de novembro. "La Ola" é um point de escalada puramente esportivo, mais baixo que Los Gigantes e que uma rocha menos abrasiva e com regletes e agarras mais definidas. A pedra é o granito. Lá pudemos experimentar diversas vias, sendo que ficamos desta vez acampados em um camping gostoso e gramado, entre os dias 07 e 09, tendo eu escalado as seguintes vias:

La Ola:
Placas Sortidas 20, F5+; *
Placas Sortidas, 22, F5; * e
Placa de la Luna, F6a+. *

Ultimo Sol de Marzo:
Ninfoman, F6a+; *
Malavida, F6a+; *
Encuentro Cercano con 3 Tipos, F6a+; *
Estuproblema, F6a+; *
Garota Pertuba, F6a; * e
Masomacra Sexuales, F5+. *

Torres Gemelas:
Como Nene Con Juguete Nuevo, F6a; *
Merece Un Buen Nombre, F6a; *
Los Chivitos, F6b; *
Pan Casero, F6a+; *
Sem nome, F6a+; * e
Sem nome, F6b. *

Copina:
Variante del Arborito, F6a+; * e
Espólon Chico, F6a. *

Tempão, hein!

Na escalada da via "Ninfoman", F6a+.

Tacio e Alcides indo para a escalada.

Na via "Los Chivitos", F6b.

Depois de passar o crux da via "Los Chivitos", F6b.

Acampamento em La Ola, durante a noite. 

Voltando para Carlos Paz, com uma escala em Copina.

Na nossa volta (dia 09), aproveitamos para visitar um outro point chamado "Copina", bem simples e bem local, onde escalamos duas vias e depois retornamos de vez para Carlos Paz.

Chegando em Carlos Paz, descansamos um pouco, arrumamos as tralhas e fomos tomar uma cerveja, já que ninguém é de ferro. Partíamos para Mendoza no dia seguinte.

Continua no próximo relato.