segunda-feira, 28 de março de 2011

Escaladas em São Bento de Sapucaí!

Fala pessoal,

Neste último final de semana eu, o Paulo Chagas, o Cristian e o Matheus Stamato, este último pela primeira vez fora de sampa, fomos para São Bento de Sapucaí para uma escaladinha leve.

Como o Matheus está começando agora e esta seria somente a sua segunda vez em rocha, decidimos fazer no sábado a via Lixeiros (3º V E3 200m) enquanto que o Paulo e o Cris iam fazendo do lado a via Peter Pan. Após escalarmos as vias, retornamos pela trilha que leva ao cume e então retornamos pra cidade onde ainda conseguimos pegar almoço.

No outro dia, fomos dar uma perambulada pelo Baú, sendo que eu e o Matheus fizemos a Cresta do Baú (5º) e posteriormente a Anormal (4º). O Cris e o Paulo seguiram pela Cresta e depois pela normal emendaram no Teto do Baú (A1) que fizeram bem rápido. Ainda bem porquê a chuva se aproximava!

A viagem foi bem bacana, ainda mais pelo fato do nosso amigo Matheus ter ido nessa conosco!

Espero que a viagem se repita!

Seguem algumas fotos!!

Abraços!

Cume da Ana Chata. Cristian, eu, Matheus e o Paulo.

Eu acima e o Matheus subindo. Lixeiros, Ana Chata.

Paulo e Cris no Teto do Baú.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Divulgando: CBM do CAP!

Clique na imagem para ampliar.

Divulgando o CBM do CAP!

Abraços!

terça-feira, 8 de março de 2011

Viagem pra Itatiaia, muita chuva e cume do Garrafão de Santo Agostinho (2.359m)!

 Eu e a Paulinha em Itatiaia.

Fala pessoal,

Apesar de toda a chuva, eu, o Tacio Philip (http://www.tacio.com.br/), a Paula Neiva e o Parofes (http://parofess.blogspot.com/), pegamos o carro no sábado e fomos em direção ao Parque Nacional de Itatiaia para fazermos algo.

Após sairmos de sampa por volta das 09h30 e algum trânsito na Carvalho Pinto chegamos ao Parque, que para nossa tristeza estava com condições climáticas horríveis. Diante disso, fomos obrigados a abortar nossos planos e após conhecer uma família "sangue bom" por lá, acabamos dormindo (eu e o parofes bivacando na varanda da casa deles e o Tacio e Paula no carro) lá mesmo.

 Eu e o Parofes bivacando na varanda.

No outro dia, resolvemos diante das condições climáticas atacar outra montanha, que fosse mais fácil, e como eu e o Parofes não havíamos feito o cume do Pico do Garrafão, na Serra de Santo Agostinho (com 2.359 m - 29ª montanha mais alta do país de acordo com o IBGE), decidimos ir pra lá.

O caminho foi tortuoso, cheio de lamaçais, onde o Tacio mostrou toda sua habilidade como motorista e o carro toda sua capacidade em enfrentar aquelas circunstâncias. Diversos deslizamentos de terra na estrada foram vistos e com isso nossa preocupação com a volta ficou no ar.

Embaixo de garoa fina e acompanhados por diversos Carcarás, partimos em direção ao cume, cujo tempo de caminhada é curto, sendo que após 1h50min depois já estávamos no topo tirando fotos e encharcados.

A volta durou quase o mesmo tempo e lá íamos todos torcendo para que conseguíssemos sair dali com o carro. Por fim, conseguimos e assim, molhados e enlamaçados fomos dormir em Itamonte.

Tacio, eu e o Parofes no cume do Pico do Garrafão.


Paulinha e eu, na descida.

Saímos para comer e fomos curtir o Carnaval de rua neste pacata cidade montanhosa de 14 mil habitantes. No outro dia (segunda), sem pressa, levantamos, tomamos café e ainda embaixo de chuva começamos nosso caminho de volta pra sampa, dando uma parada em São José dos Campos e aqui em sampa no Subway pra comer um lanche.

A viagem, apesar da chuva foi bastante legal, já que fazia tempo que não ia pra montanha e com a companhia dessa galera sensacional era risada o tempo todo!

Abaixo segue dois vídeos do Thundertank (apelido que demos pro carro do Tacio depois de vencer tantos desafios a caminho do Pico do Garrafão). Um antes de um lamaçal gigante e o outro da volta. Um de autoria do Tacio/Paula e o outro de autoria do Parofes.





Fotos por Parofes.

Abraços e até a próxima!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Julio Campanella e Ricardo Baltazar no cume do Fitz Roy (Rota Franco-Argentina).



Os brasileiros Julio Campanella e Ricardo "Rato" Baltazar, escalaram no final de fevereiro o Cerro Fitz Roy pela via Franco-Argentina. Depois da conquista de Sérgio Tartari, trata-se da melhor escalada feita por brasileiros na região. Leia o relato do Ricardo:

Saímos eu o Julio no sábado pro passo superior (alta caminhada alpina) e nos instalamos no bivac la pelas 4 da tarde. Engolimos o bivac gelado só no saquinho e as 11 hs da noite nos levantamos pra comer e ir atacar a famigerada brecha dos italianos. Pela 1h da manhã de domingo estávamos em marcha cruzando o glaciar do passo superior cheio de greta sinistras (íamos encordados eu na frente abrindo caminho e seguindo três argentinos que saíram antes nós). Saltei varias gretas e entrei com uma perna dentro de uma pequena.

Sobe, sobe chegamos ao pé da brecha lá pelas 3 da manhã e ai nos preparamos pra trepar a rymaia (sinistra) e escalar os 300 metros de misto e 5 grau. Demoramos um pouco porque logo encostou um espanhol e um argentino e nos embolamos um pouco, mas tiramos pra arriba. Chegamos no topo da silla dos franceses (pè da rocha) lá pelas 9 da manhã e ae tava uma muvuca!!!!

Tinha um casal logo na segunda cordada (que não se moviam) uma cordada de Bariloche logo por baixo na primeira cordada, os três argentinos no pé da via esperando pra entrar e nós, que chegamos seguidos de um espanhol e um outro argentino. Os três argentinos entraram na 1 cordada (um 6a), mas não se moviam. Julio começou falar em descer, desistir, pois começou a ficar tarde (já era quase meio dia!!!), sendo que o normal é começar a parte de rocha as 7 hs!!!!!

Foi quando o argentino que estava com o espanhol resolveu desistir. O espanhol (se chama Ino) então nos perguntou se o aceitávamos na cordada. Dissemos que sim. Tinha que ver o loco, tava quase chorando pra escalar.

Bom, peguei a ponta da corda e comecei o baile. Passei voando pelo 6a. O Julio e o Ino vinham escalando juntos limpando. Na 3 cordada pedi licença pros três argentinos pra passar, pois eles iam igual tartaruga e a parede jorrava água das fendas, pois o verglas tava derretendo com o calor que fazia.

Passei os argentinos e comi um 6b+ molhado, frio e de 50 metros em um diedro. Dale friends. Depois guiei uma cordada a mais e passei a bola pro Julio. Ele guiou umas 5 cordadas e passou pra mim de novo. (o espanhol não escalava muito bem em rocha) Fiz um par de cordadas e encarei a ultima pra sair na rampa de neve que dá acesso ao cume, um 6c (francês) duro e gelado (já eram umas 9 hs).

Artificializei o passo de 6c e meti o restante em livre. Subiram os loco e daí começou a epopéia!!!

A tal rampa final não tem nada de fácil, maior roubada!!!! De noite de lanterna, um frio ducaralho. Eu tava com todas as roupas e cagado de frio, nunca passei tanto frio em minha vida (estou com os dois dedão do pé insensíveis, dormentes, ainda). Foram
300 metros de misto a 50º graus um gelo petrificado pelo vento, que nem os crampons agarravam direito.

Nesse tramo passamos a bola pro espanhol como forma dele pagar o arrego que demos pra ele. O bixo foi bem, de piqueta e crampom foi encontrando o caminho mais demorava muitíssimo!!! Essa parte final do Fitz é enorme e ruim de orientar. Eu assegurava e às vezes o Julio assegurava enquanto eu tentava dormir batendo queixo. Já eram as 2 da madrugada de segunda e nada de cume e a moral baixando, desidratados com fome, e perdidos.

Aumentou o vento e então chegamos ao pé de uma trepada de rocha e gelo onde decidimos parar, tava muito sinistro, eu não conseguia parar acordado, dormia até escalando de segundo.

Engolimos aquele bivac famoso quase no cume. Eu construí uma espécie de taipa, pirca de pedra pra me proteger do vento e organizei a favela brasileira (plástico, manta térmica, mochila pra entrar dentro e essas coisas) o Ino entrou para dentro da bolsinha de bivac de maricon da North Face!!! E o Julio, bem, acho que nem dormiu. Ficou derretendo neve com o jetboil. Disse que dormiu um pouco até que ferveu a água e derramou entre as pernas dele.

Sonhei um pouco aqueles sonhos quando se esta em casa quentinho com a galera. Acorda-te e tem que encarar a dura realidade, na puta que pariu, gelado, fudido, cansado, exposto e como uma formiga pronta pra ser varrida da face da terra.

Acordamos com o sol nascendo engolimos um liofilizado e olhamos a parede final,Não era mais tão feia quão parecia de noite. Era uma trepindanga entre blocos e gelo. Dale pra arriba, 30 minutos e finalmente cume do fitz Roy com o sol nascendo.




Parabéns aos alpinistas! 

Fotos por Julio Campanella/Ricardo Baltazar.