sexta-feira, 8 de maio de 2015

Conhecendo as montanhas esquecidas do PNI

Cume do Pico da Maromba.

Salve amigos,

Hoje vou falar um pouco sobre a viagem que fiz com amigos para conhecer algumas montanhas esquecidas do PNI.

Desde muito tempo tinha vontade de ir conhecer o extremo leste do Parque Nacional do Itatiaia, onde estão algumas montanhas interessantes, como o Pico da Maromba, Cabeça de Leoa, Gigante, entre outros, porém sem nunca ter a oportunidade. Diante dessa vontade, no feriado de Tiradentes deste ano acabei acertando de ir lá conhecer, juntamente com alguns amigos do Clube Alpino Paulista.

Nossa idéia era fazer a travessia Rebouças-Mauá, porém quando chegássemos no rancho caído iríamos nos desviar e fazer o ataque aos cumes dos picos da maromba, cabeça de leoa, leão e cara de gorila. Inicialmente queríamos fazer tudo isso em três dias, porém devido alguns problemas extra-caminhada tivemos que fazer tudo ao longo de dois dias, o que nos gerou uma longa caminhada de treze horas no segundo dia, mas correndo tudo bem.

O grupo que fechamos foi composto por mim, pela Simone Miranda, pelo Francisco Petrone, sua esposa Sueli, pelo Lukas Budenbender e pela Bel Blanco, todo nós do CAP, sendo que eu e a Simone sairíamos de Atibaia no dia 18 de abril logo após o almoço com destino à cidade de Visconde de Mauá, mais precisamente à vila da Maromba, onde encontraríamos o Franscisco e a Sueli. Assim feito, chegamos já pela noite, onde jogamos alguma conversa fora e fomos dormir. Nossa pousada foi a pousada das aguas claras, uma excelente opção levando em conta o custo e a localização (R$50,00 o pernoite, sem café). Encontraríamos o Lukas e a Bel diretamente no posto do marcão no dia seguinte.

Esse planejamento se deu em face de que inicialmente nós iríamos fazer a travessia rebouças-mauá, terminando-a na vila da Maromba, porém bem na sexta-feira recebemos a notícia de que a autorização inicial havia sido cancelada, e que só poderíamos escalar as montanhas, sem a travessia, partindo desde a vila da Maromba. Por conta disso conseguimos falar com o Lukas e com a Bel e lhes avisamos para que não descessem, visto que no dia seguinte teríamos que subir para pagar o parque e depois descer de novo de carro para a vila da Maromba.

No dia seguinte então deixamos todos nossos equipamentos no hotel e subimos em um único carro (eu, a Simone, o Chico e a Sueli) para o posto Marcão, afim de pagar as taxas, encontrar o Lukas e a Bel e depois descer de volta à vila da Maromba para iniciar a escalada, quando recebemos nova notícia: não estava autorizada nossa entrada via Maromba, o que rendeu uma longa e extenuante negociação com a administração do parque para a solução do nosso problema, uma vez que todo nosso material tinha ficado na vila da Maromba.

Com muita paciência conseguimos uma nova autorização: adentrar o parque no dia seguinte, no sentido convencional da travessia, e assim perdíamos um dos nossos três dias. Voltamos todos para a vila da Maromba, onde ficamos tranquilos e nos preparamos para subir para o posto Marcão mais uma vez no dia seguinte, torcendo para que não tivéssemos novos problemas. Acertamos nosso resgate e fomos dormir.

No dia seguinte levantamos bem cedo e pagamos para que dois taxistas nos levassem até a entrada superior do Parque (posto marcão), por onde nós iriamos começar a caminhada. Para esse trajeto ficou acertado o valor de R$ 400,00 para todos nós, um valor que achamos justo. Segue o contato: Sr. Marquinhos, telefone (035) 9113-1214.

Dessa vez, sem encontrar problemas conseguimos entrar no parque e iniciar a travessia. Esse primeiro dia realizamos somente a travessia de fato, aproveitando para subir ao cume do Morro do Altar e uma pequena parada na cachoeira do Aiuruoca. O dia estava chuvoso, sendo que começamos a andar por volta das 09h15, chegando no rancho caído por volta das 14h30.

Pelo caminho (bastante óbvio e bem marcado) passamos inicialmente pelo altar, depois próximo à cachoeira do Aiuruoca, virando na sequência para os ovos da galinha, para a base da Pedra do Sino de Itatiaia, adentrando o vale dos dinossauros e seguindo então para o rancho caído. 

O rancho caído (não existe vestígios de qualquer rancho lá) é uma importante área de camping, em um local plano, ligeiramente abrigado e com água próxima. Montamos nossas barracas, jogamos muita conversa fora, cozinhamos e então fomos dormir. Um ponto interessante lá é a presença de algumas araucárias, provavelmente plantadas e que servem para indicar o local. Outra informação interessante é que o melhor local de acampamento está situado sob a vegetação à esquerda pra quem olhando para os blocos de pedra, logo após chegar na área. Lá existe pelo menos 10 posições para barracas, algumas bem protegidas por debaixo de bambus.

  Preparando-nos para sair para o início da travessia, ainda na vila da Maromba.

Nossa condução. 

Visual do caminho. 

Já na subida final para o posto Marcão. 

Passando pelo abrigo Rebouças. 

Já na trilha sentido Morro do Altar. 

Passando pela ponte, ainda sentido Morro do Altar. 

 Pessoal na trilha, com as Prateleiras ao fundo.

 Cume do Altar. Fizemos o cume eu, a Bel Blanco, o Lukas e a Sueli.

Os ovos da galinha, visto da trilha ainda próximo da cachoeira do Aiuruoca. 

Já depois da Pedra do Sino, descendo para o vale dos dinossauros. 

Vale dos dinossauros. 

Simone Miranda, com o Pico da Maromba ao fundo. 

Nossa bagunça no rancho caído. 

Lukas e Bel. 

Chico Petrone.

Como combinado, no dia seguinte levantamos bem cedo tomamos nosso café arrumamos as coisas e partimos sentido pico da Maromba, escalando-o até a crista onde escondemos nossas mochilas pesadas e partimos somente com mochilas mais leves. Após a subida da crista, tivemos então o privilégio de curtir o cume (lá existe livro de cume) e já iniciar nossa descida rumo o Pico da Cabeça de Leoa. Vale salientar que daqui em diante não existia mais trilha demarcada, o que nos fez a varar mato na direção desse pico, o que nos custou mais ou menos uma hora de investida. Fizemos os dois cumes e prosseguimos então para o cume do Pico da Cabeça de Leão. Para isso cruzamos o vale onde estão os duas lagoas pela borda leste até que atingimos o colo entre o antecume do Pico da Maromba e o Pico da Cabeça de Leão. De lá a trilha melhorava muito e seguimos quase que sempre em lajes de rocha até o cume principal do Pico da Cabeça de Leão. Este cume também tem livro no seu topo.

Já sabendo que teríamos que concluir a travessia no mesmo dia, iniciamos nosso retorno, passando de volta pela mesma corcova do cabeça de leão, iniciando nossa subida rumo ao antecume do Pico da Maromba, de onde iniciamos nossa subida para o cume da Maromba. Nesse trajeto nós fizemos algumas pequenas paradas e um pequeno fato surgiu. Durante a descida do cabeça de leão, a Sueli acabou batendo com força seu joelho contra uma rocha e isso acabou dando em lesão. Com muita força de vontade ela tocou a travessia assim mesmo e lá íamos nós!

Assim que chegamos no cume da Maromba já começamos nossa descida sentido a crista oposta, em direção às nossas mochilas, sendo em torno de uma hora depois já estávamos nelas, iniciando nossa descida da crista para o leio principal da travessia, sentido vila da Maromba. Fizemos mais algumas paradas e quando eram por volta das 17h já estávamos iniciando o término da travessia.

Daqui em diante a travessia vai deixando gradualmente os campos de altitude e entra em mata mais alta, com uma descida e subida por onde passamos novamente pela crista da serra onde estão os picos da Marombinha, tendo à nossa esquerda a Serra Negra.

Iniciamos logo após a descida do mata-cavalo, um trecho de descida longo, caracterizado por trechos escorregadios e com buracos razoáveis. Já a noite e com muito cuidado fomos descendo até que quando, por volta das 21h30 chegávamos na cachoeira do escorrega, encerrando a travessia.

Chegando na vila da Maromba fomos direto comer uma pizza (várias), tomar uma cerveja e comemorar a escalada, para então ir dormir. No dia seguinte todos pegávamos estrada de volta para suas casas, alguns pelas vias normais, outros curtindo ainda uma aventura 4x4.

Sobre a travessia, vale muito a pena. As paisagens são fantásticas, típicas da região do Itatiaia, lembrando que a ascensão destas montanhas é proibida pelo PNI, sendo que anteriormente fizemos uma solicitação formal pelo CAP para a nossa autorização, mediante a entrega posterior de um relatório ambiental e do tracklog de nossa travessia.

É isso aí! Espero que gostem.

Aqueles que tiverem dúvidas ou quiserem maiores infiormações, entrem em contato!

Grande abraço!

Subindo para a crista do Pico da Maromba.  

Subindo o Pico da Maromba. 

Quase lá. 

No cume do Pico da Maromba. 

 Visual do Pico Cabeça de Leão.

A Sueli, com o Pico Cabeça de Leoa, ao fundo. 

Sueli e Chico Petrone subindo o Pico Cabeça de Leão, com o Pico Cabeça de Leoa ao fundo a esquerda. 

Simone Miranda, com o cume do Pico da Cabeça de Leão à frente. 

No cume do Pico Cabeça de Leão. 

Já descendo o Pico da Maromba, indo embora.

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