domingo, 5 de abril de 2009

Relembrando uma boa escalada!

Morro do Capacete, Friburgo/RJ.


Fala pessoal,

É sempre bom relembrar uma boa escalada! Hoje estava mexendo na minha câmera fotográfica, algo que não fazia já a algum tempo e lá estavam salvas algumas das fotos da minha viagem em set de 2008 para escalar em diversos locais com meu amigão Rick Nonaka.

Entre as fotos, estavam algumas bastante especiais: as da via CERJ, 5º (A1/VI+) E2 400m, no Morro do Capacete em Friburgo, RJ.

Esta via, com 400 metros de extensão foi escolhida na época por mim e pelo Rick por ter sido considerada juntamente com a Face Leste do Pico Maior como as vias mais representativas de Salinas, e como nunca havíamos estado lá decidimos por fazer uma tentativa na rota.

Ela é composta por dez enfiadas, sendo que é possível escalar de tudo um pouco. A primeira enfiada começa em uma fissura frontal onde a colocação de peças móveis é excelente. Ainda assim, pelo tempo de conquista da via, existem grampos, fazendo com que o uso de peças móveis, senão dispensável possa ser bastante reduzido.

Rick Nonaka subindo a terceira enfiada.

De qualquer maneira, o nosso pensamento era utilizar peças móveis em detrimento ao uso de grampos no decorrer da via e assim o fizemos pulando inúmeros grampos.

A primeira enfiada foi guiada por mim sendo que após a fissura frontal ela segue reto e depois vai um pouco para a direita predominando aderência e ocasionalmente agarras já que esse trecho é relativamente positivo e a segunda (também guiada por mim) segue numa diagonal à direita e para na base de uma curta chaminé com as mesmas caracterísiticas da primeira enfiada.

O Rick saiu guiando a 3ª e 4ª enfiadas, sendo que a chaminé foi feita por mim até a metade por oposição, por dentro, e depois por fora, pela direita, sendo que a enfiada segue reto. A quarta enfiada termina em um platô confortável da onde sai a 5ª enfiada que é bem curta (5º grau) e termina no chamado platô do sorvete. A 3ª e 4ª enfiadas já são um pouco mais verticais e se eu não me engano a terceira enfiada está graduada como um 4º e a quarta enfiada está graduada como um 5º.

Visão do Vale da base da pequena chaminé.

A sexta enfiada pode ser seguida em um diedro (IVsup), com peças movéis, ou pelos grampos que estão pouca coisa a mais à direita sendo que a primeira opção foi a minha escolhida.

A sétima enfiada, tocada pelo Rick, segue reto e depois faz uma curta travessia para a esquerda onde deve-se tomar os cuidados normais em travessias, principalmente o participante já que o final da travessia é meio que uma desescalada.

A oitava enfiada pode ser feita em artificial (A1 - sequência de grampos) ou então em livre, graduada como 6+, sendo que o Rick mandou em livre e eu também segui em livre. Na verdade, com mochila nas costas e depois de 7 enfiadas pode ser que a dificuldade seja de 6+, mas creio que 6º seja mais próximo da realidade.

As duas últimas enfiadas são fáceis e não passam de um terceiro grau no máximo e terminam no cume do Capacete. Demoramos 4h50 para a ascensão, e do morro têm-se uma visão linda da serra e dos diversos picos do local e uma visão estupenda do Pico Maior. O rapel foi feito pela Rodolfo Chermont e é bem curto (em torno de 150m) e tranquilo.

A trilha de acesso a via é razoavelmente bem demarcada, sendo que é bom fazer um reconhecimento num dia antes pra não perder tempo no dia da escalada. A trilha de retorno é bem demarcada.

Eu e o Rick.

Coloquei poucas fotos, porque não eram todas que estavam na câmera e as demais estão em meu computador em Campinas e estou em Mongaguá agora. Depois coloco mais.

Se alguém que conhece a via e viu alguma informação errada, por favor me corrija já que tudo que falei foi de cabeça porquê não consegui acessar nenhum croqui da via pela net e o Guia de Escalada dos Três Picos também está em Campinas. Aliás, muitíssimo recomendado este Guia que trás não só as diversas vias mas muito outras informações bastante úteis.

Um abraço a todos!

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