E aí, pessoal!
No dia 30 de outubro agora eu e a Simone fomos para Monte Verde. Nós já estávamos namorando a escalada lá já há alguns meses, porém sempre com aquela dúvida se iríamos conseguir encontrar as vias de escalada que existem por lá.
Nós tínhamos a informação que na Pedra Redonda haveriam algumas vias de escalada, algumas mais fáceis e longas (duas enfiadas) e outras mais difíceis e curtas.
Não sei o por quê que essas vias não tiveram suas conquistas divulgadas, mas muitas pessoas tem curiosidade de conhecer. Isso muito se deve em face de Monte Verde não estar assim tão longe de São Paulo, e também porque aquela região oferece um clima de montanha como poucos lugares. Observe que a Pedra Redonda tem seu cume há 1.990 metros de altitude, sendo inclusive mais alta que a Pedra do Baú, que tem seu cume há 1.905 metros.
O Pico do Selado por exemplo tem uma altitude de 2.082 metros e diversas paredes rochosas virgens há serem exploradas.
Mas vamos lá!
Saímos de Atibaia não tão cedo, por volta das 11h, sendo que no Waze indicava que chegaríamos no começo da trilha por volta das 1h30 depois. No Waze existe um waypoint chamado "Trilha da Pedra Redonda", que se for colocado cai bem no portal onde acaba a Av das Montanhas e começa a trilha. Não tem erro.
Uma dica: lá no portal você tem um estacionamento que é aberto e não tem referências de custo, porém ele é pago. Custo: 10 reais. Entramos nele sem saber que era pago e umas meninas que estava lá tomando conta não vieram falar nada com a gente.
Após uns 5 minutos nos preparando para partir, já com protetor solar no rosto e mochilas nas costas, assim que travei as portas elas vieram e nos disseram que o estacionamento era pago e o valor era esse dito acima. Ficamos com preguiça de tirar o carro e colocá-lo na rua e acabamos pagando.
Para quem não quiser pagar é possível deixar o carro na rua, geralmente do lado esquerdo de quem sobe, sem problemas.
Após passarmos o portal começamos a trilha com destino à Pedra Redonda e também a contar os minutos. Exatamente após 7 minutos chegamos num trecho da trilha onde era possível ver uma pequena clareira na vegetação do lado direito e que nos permitia encostar próximo a uma rampa de rocha. Paramos um bom tempo aqui para investigar se esse seria o local.... e era aqui mesmo!
A Simone sentada no começo da rampa. Basta subir e ir apoiando à direita.
A Simone terminando a subida da rampa.
Basta subir essa rampa, apoiando ligeiramente para o lado direito. Ao final você verá uma trilha que segue contornando a rocha para a direita e um platô à esquerda. As vias mais fáceis saem desse platô e da sua continuação. Neste ponto já era possível visualizar os grampos "P" da primeira via: a "Chocolate Quente" (IV, 70m).
Indo mais na direção da esquerda já foi possível ver as proteções da segunda via, a "Choconhaque" (IIIsup 70m) e indo ainda mais para a esquerda e subindo ligeiramente uma placa de rocha foi possível ver a primeira chapa da via "Rola Galo" (IVsup, 70m).
Platô de onde saem as vias mais longas (da direita para a esquerda: "Chocolate Quente", "Choconhaque" e "Rola Galo").
Seguimos pela Rola Galo. A via é predominantemente de aderência, praticamente sem agarras, tendo que se confiar na sapata. As proteções são medianamente espaçadas, elevando o grau de exposição a um E2. Pra mim o trecho mais difícil foi entre o 2º e o 3º grampo. Logo na sequência você sobe reto e segue próximo a um veio evidente de rocha para depois seguir para a parada, que está pouca coisa para cima e para a esquerda.
Já a segunda enfiada começa reto com um grampo e depois busca uma parada já bem próxima do cume, com a graduação caindo para algo entre 2º e 3º grau. Vale dizer aqui que a primeira parada são duas chapeletas, sem malhas rápidas e a segunda parada são grampos, estando ao lado de uma outra parada também de grampos.
Para repetir a via são necessárias 7 costuras e uma corda de 60m. Rapelar da primeira parada necessitará o abandono de equipamento.
A Simone com a segurança montada para eu começar a escalar!
Eu, começando a primeira enfiada.
A Simone mandando a primeira enfiada.
Já na segunda enfiada.
Dali é possível seguir para o cume e descer para o carro pela trilha, sendo que nós demoramos em torno de 18 minutos do cume até o nosso carro, indo bem tranquilo.
A escalada vale a pena, abrindo mais um local para visitarmos e escalar. O potencial para a abertura de novas vias também é grande, com dezenas e dezenas de metros de paredes virgens.
Descemos então para Monte Verde, onde almoçamos e voltamos para Atibaia.
No cume!
Já em Monte Verde.
Abaixo segue o croqui que fiz da via:
Qualquer dúvida, me chame!
Grande abraço!