terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Escaladas no deserto! Parte 4 - Indian Creek e Arches (Moab, UT)!

Indian Creek, UT


Enfim a última postagem sobre Moab, Utah!

Dessa vez vou falar muito brevemente sobre Indian Creek (que na verdade merece uma semana ou mais somente lá escalando) e sobre as escaladas no Parque Nacional de Arches.

Depois das escaladas das torres resolvemos então pegar o carro e encarar a estrada, já que Indian Creek, um local mundialmente famoso pela qualidade do arenito fica uns 60 minutos desde a cidade de Moab, em direção sul. Saia primeiramente pela Highway 191 e depois pegue a Highway 211, sentido Oeste. Vá prestando atenção quando chegar nos setores, uma vez que Indian Creek "está" nas paredes que circundam a Hwy 211. Vale a pena dizer que as escaladas aqui são ligeiramente mais difíceis que as dos setores anteriores, então mais um motivo para amaciar em locais como a Wall Street ou outras torres.


Como só tínhamos um dia, decidimos atentar pela meta de três vias, sendo que escolhemos uma do setor Blue Gramma Cliff (um dos primeiros setores pra quem vem do leste): "Down of an Age" (5.10b) pra depois ir pro setor mais "famoso": supercrack buttress. Lá acabamos por escalar as vias "Amaretto Corner" (5.10) e outra curta fenda chamada "24 Unknown" com grau de 5.9+, no guia.

Infelizmente para aqueles que desejam ir pra lá é importantíssimo levar vários jogos completos de friends. Quando eu falo vários jogos estou falando coisa de 5-7 jogos completos (em torno de 40-45 peças) pois devido as fendas serem paralelas quem não tem o material fica com o universo de vias extremamente reduzido. Foi o que aconteceu conosco, e mesmo nas que entramos tivemos que fazer diversas vezes o que os americanos chamam de "backcleaning"... ou seja... parar a escalada descer para recuperar peças que já haviam sido colocadas para recolocá-las mais acima. Claro que isso atrapalha bastante a escalada.

Começamos então na via "Down of an Age" (5.10b), uma bonita fenda em diedro onde o certo é trabalhar com os pés e mãos plenamente entalados. Para os que tem dificuldade acabam indo para a oposição (layback ou lieback) o que come muito mais energia do que o entalamento. Fizemos esta via, aprendendo com o sofrimento e algumas vacas um pouco sobre a escalada no deserto (veja o vídeo - desculpe a boca - kkk).


Queda na via "Down of an Age".


Daqui fomos então para o famoso setor, onde está a via "supercrack buttress" (que dá nome ao setor) para fazer duas como já dito acima.

A "Amaretto Corner" na verdade é uma via de duas enfiadas, porém a de cima necessitaria peças que não tínhamos, além de sua puxada graduação de 5.11. Conclusão foi que escalamos somente a primeira enfiada, que claro, nos custou duras quedas e muito esforço.

As escaladas lá são fantásticas. Por conta das fendas e da natureza do local temos uma percepção bastante profunda de estar escalando com o mínimo impacto, realmente utilizando  os artifícios da força física (bem como a técnica não tão apurada) que combinada com as nuances da rocha nos oferecem a possibilidade de trepar em pedras que vistas do chão nos passam uma grande idéia de dificuldade.

Da Amaretto fomos então brincar numa outra fenda bem curta ("24 Unknown"), porém cuja graduação em 5.9 nos cobrou também esforço físico. Dali, já cansados voltamos para Moab onde jantamos no supertradicional Milt's Stop & Eat (www.miltsstopandeat.com/).

Se fosse voltar hoje para aquelas bandas iria me focar em escalar mais em Indian Creek, até acampando por lá. Creio que seria uma excelente segunda experiência. Realmente somente essa passada por lá me deixou com um gosto de algo inacabado. Vale muito a pena. Enfim... a viagem segue..... e Yosemite estava a frente...


Escalando a via "Down of an Age".

A famosa "Supercrack Buttress". Precisa só de 5 racks de cams médios.

Escalando a via "Amaretto Corner".


No outro dia (nosso último de escalada em Moab) decidimos conhecer o Parque de Arches dentro da escalada. Na verdade Arches não oferece escaladas com a mesma qualidade que Indian Creek, Castleton Tower ou a Potash Road. Além disso a quantidade de escaladas é pequena devido a uma série de restrições existentes dentro do parque. Por fim e para nossa surpresa em Arches não é permitido o uso de nitrato de magnésio na cor branca... seu uso só é autorizado se a "maguina" for na mesma cor das rochas, o que inviabiliza seu uso. Acabamos escolhendo então para escalar a via "West crack" (5.8+), na Owl Rock. A escalada é somente uma enfiada, com aproximadamente 30 metros até o antecume, totalmente em móvel numa mistura de estilos como entalamentos de mãos, diedro esquisitos e escaladas em placa. A via não é dificil, mas o visual do parque vale a pena. Prepare-se para ser assistido por uma turba de turistas, caso deseje escalá-la. Valeu a pena, apesar do arenito esfarelar um pouco e pela bagunça dos turistas. Essa foi a única escalada que fizemos nesse dia, já que logo (no mesmo dia) depois estaríamos pegando nosso vôo para San Franciso!

Fechamos então nossa conta no Hostel e seguimos para o aeroporto, onde eu e o Wellington nos separamos por um breve período (eu fiz Moab-Salt Lake-San Francisco e o Wellington fez Moab-Salt Lake-Los Angeles-San Francisco) até nos reecontrarmos na bagunça urbana da cidade litôranea.


  Chegando em "Arches National Park".

 Arches National Park. 

 Arches National Park. 

 Arches National Park. 

 Arches National Park. O famoso "Delicate Arch".

Infelizmente sem fotos da escalada. Eu, no rapel da "West Crack".

Infelizmente sem fotos da escalada. Eu, no topo da Owl Rock, em "Arches National Park".

Mas daqui em diante é outro relato!

Grande abraço, pessoal!

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