sábado, 7 de dezembro de 2013

Conquista dando grave mal exemplo! Leiam o artigo do Link.



Qual mal exemplo da Conquista Montanhismo. Infelizmente não posso compartilhar desta política e por isso não compro mais conquista! Infelizmente uma empresa brasileira dando um péssimo exemplo. Vejam o artigo:


Fonte: http://enquantoissonaomuitolongedali.wordpress.com/2013/12/06/o-cartel-do-mercado-de-escalada/

O dia de ontem começou quente. Não tanto pelo calor mas por um email que me deixou puto da vida. Faz dois dias eu comecei a QUEIMA DE ESTOQUE de final de ano na Quero Escalar. São produtos que já estão há alguns meses na loja e que para fazer girar o estoque estou fazendo uma promoção. Bem, acho que não preciso explicar muito essa parte, toda loja faz promoções ocasionais. Aí o motivo da minha revolta foi que eu recebo um email do Gerente comercial da Conquista dizendo que estão reclamando que meus preços estão muito baixos e que se eu não aumentasse o preço eu não mais poderia vender conquista (o que eu não entendi se seria uma coisa boa ou ruim até agora). Entre um palavrão e outro que eu consegui segurar, quis saber quem eram essas empresas e disse que essa solicitação não fazia sentido algum. Primeiro porque faz mais de um ano que trabalho com produtos Conquista e nunca abaixei sequer um centavo do preço que eles “me obrigam”  a praticar. Nesse meio tempo vi vários concorrentes com preços mais baixos, o que eu entendo que é uma maneira saudável de livre concorrência, especialmente com promoções ocasionais. Tentei argumentar, tentei justificar mas no final a palavra foi que se eu não AUMENTASSE os preços, eu não mais poderia revender conquista. Então veja você, caro amigo escalador. Em qualquer lugar que tente comprar conquista, os produtos vão estar com o mesmo preço, o que me lembra uma prática comum dos postos de gasolina daqui da minha cidade, de acordo com a Wikipedia:
Cartel é um acordo explícito ou implícito entre concorrentes para, principalmente, fixação de preços ou cotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação1 ou, por meio da ação coordenada entre os participantes, eliminar a concorrência e aumentar os preços dos produtos, obtendo maiores lucros, em prejuízo do bem-estar do consumidor.
Com exceção de pouquíssimos casos, todo mundo cobra o mínimo exigido pelo fabricante, pois os preços já vem altos, e se aumentar ainda mais o preço de venda, não tem como concorrer com os produtos importados que acabam saindo mais baratos. E não estou nem entrando no mérito da qualidade.
Que fique claro que eu entendo, aceito (e pratico) que as empresas cobrem o preço mínimo de revenda e nunca desrespeitei esse acordo com nenhum fornecedor. JAMAIS. Nem com a 5.10, nem com a 4climb, nem com a Alpen Pass, nem com a USClimb, nem com a Hard Adventure (que pediu pra eu aumentar o preço pq tinha uma loja no shopping que não queria ficar com fama de careira), entre tantas outras marcas.  Claro, também se não ia virar uma zona, ta certo. O grande problema é que todo mundo faz promoções de natal, e só a Quero Escalar não pode fazer? Que discriminação é essa?
Eu escolhi entrar nesse ramo de atividade (ou fui escolhido por ele) para explorar a escalada, no sentido de dela tirar o meu sustento de maneira justa e honesta através do meu trabalho, agregando valor à minha atividade oferecendo mais que produtos, um serviço aos clientes e amigos por meio do meu conhecimento específico do funcionamento dos equipamentos, das técnicas de escalada e das necessidades dos escaladores para que através da integração desses 3 possa oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis a todos (E também poder abrir vias, que é uma coisa que eu adoro). Creio que não tem nada de mais nisso. Em vez disso, vejo que as outras empresas só estão interessadas em explorar o escalador. Em ganhar dinheiro. Afinal, é um negócio. Aí é foda. Se eu fizer isso algum dia eu vou estar sendo contraditório, pois eu sou um escalador, e não faço para os outros o que não quero que façam para mim.
A maioria das lojas vendem equipamentos de escalada não por ideologia, mas porque “agrega valor”. Lojas que vendem tudo quanto é tipo de bugigangas. Tudo a um custo Brasil altíssimo. Praticam os preços que a maioria das pessoas está disposta a pagar, não quanto o produto vale de fato. Por isso um mosquetão de 10~12 euros chega aqui a mais de R$100. “Ai, não, é muito imposto!” Imposto é a cabeça da minha rola. Imposto tem, lógico, mas muita coisa é “mau-caratismo” de importadores e conivência das lojas. “Ah não, mas esse mosquetão é muito melhor”. Então você não entende nada de escalada ô tapado. Existem diferenças, sim, entre marcas e modelos, mas nada que justifique 100 a 120% de diferença no preço. O fato é que todo mundo quer ganhar dinheiro mas ninguém quer trabalhar. Ninguém quer viver o capitalismo de risco. Ninguém quer largar a teta. Ninguém abre o olho pros verdadeiros concorrentes. Ninguém quer inovar. E quem inova, se dá bem. Veja o exemplo da 4climb. Uma empresa feita por escaladores. Maior distribuidora de magnésio e saquinhos de mag do país. Apóia todos os eventos de escalada do país. Está PRESENTE. Manda email sempre. O Tio Dan sempre me liga perguntando se está tudo bem, se estou precisando de alguma coisa. Ele tem um interesse comercial, pode até ter. Mas sempre que ele me liga nós falamos de escalada, damos uma risada, eu lembro da marca, e metade das vezes só porque ele ligou eu lembro que estou precisando de alguma coisa e acabo fechando um pedido com ele. Porque? Porque ele trabalhou para isso.
O mercado mudou, a economia mudou, mas as lojas e os importadores continuam repetindo modelos ineficientes de comércio que não funcionam direito, que deixa muitas brechas. Eu estou lutando pra mudar isso. Não vou mudar as outras lojas, mas pretendo fazer minha parte. E não é fazendo promoções de fim de ano não pois isso são migalhas. Isso é uma maneira de agradar aos consumidores pois sei que nessa época as vendas aumentam, então resolvi ir na contra mão do mercado e abaixar os preços pra que todo mundo compre seus equipamentos e ainda sobre um troquinho pra ir estreá-los. Já dizia o Raul: “Tem gente que passa a vida toda travando uma luta contra os galhos, sem saber que lá no tronco é que está o curinga do baralho”. Estou fazendo algo grande e em breve vocês terão novidades e a prova de que é possível não explorar o escalador de fato.
Eu tenho uns 2 vídeos muito bons pra colocar aqui mas vou deixar pra outro post porque esse assunto me cansou. Nos vemos na rocha?

Um comentário:

Carlos AM disse...

RESPOSTA DO DONO DA CONQUISTA, EDEMILSON PADILHA:

Meu nome é Edemilson Padilha, sou proprietário da Conquista Montanhismo. Iniciei no montanhismo e comecei a produzir equipamentos para montanhismo há 23 anos. Nunca tive o foco de ganhar dinheiro com a montanha, as pessoas que me conhecem sabem que levo uma vida simples e que o dinheiro que ganho gasto escalando pelo mundo. Desde o princípio e até hoje sempre tive uma conduta ética dentro do montanhismo e do mercado de montanha. Temos produtos de ótima qualidade vendidos por preços justos, sempre muito abaixo dos artigos importados. Odeio entrar em discussões pela internet, pois meu lema sempre foi escalar mais e falar menos. Fiquei surpreso em ver neste blog esta matéria, haja vista que a pessoa que escreveu é meu “amigo” no facebook, e que poderíamos ter conversado e nos entendido. Talvez tenha sido num momento de raiva, não importa. De qualquer maneira é óbvio, para quem analisar a fundo o que foi escrito, que não é bem assim. Bom, na internet, quando se analisa algo mais a fundo, percebe-se que sempre não é bem assim… É bem simples de entender: temos um produto. Temos 300 lojas que compram regularmente nossos produtos. Temos uma tabela de sugestão de preços. Ou seja, as lojas vendem por um preço mais ou menos parecido. Por que? Porque se a loja A dá um desconto de 10%, a loja B irá dar um desconto de 20% e a loja C de 30%. De maneira que as outras 297 lojas, que não podem chegar a este desconto, vão parar de comprar nossos produtos. E a marca acaba. Se não vendemos, fechamos. Isso não significa que as lojas não possam fazer descontos. Elas fazem, de artigos de coleções passadas. Isso é a norma comum do mercado mundial, não só do brasileiro. Nós somos uma empresa de pequeno porte, não conseguiríamos interferir nas regras estabelecidas. Bom, é isso que eu tenho para dizer. Além disso, faço um convite para qualquer pessoa que queira conhecer a fábrica da Conquista e a maneira como trabalhamos, que venha nos visitar. Assim poderá nos conhecer melhor e falar com mais propriedade.

RESPOSTA DO GENJA:

Oi Ed, tudo bem? Eu conheço, admiro e respeito sua pessoa como escalador e empresário. A Conquista foi a primeira marca com a que me dispus a trabalhar e que faço questão de ter na minha loja por vários motivos (1 deles é porque você é escalador). Minha crítica foi à postura do seu Gerente comercial que não foi nem um pouco compreensivo comigo. Simplesmente me obrigou a aumentar o preço e pronto. Mesmo eu justificando que eu estou fazendo uma promoção de natal com os produtos que tenho aqui em estoque ha mais de um ano. Meu desabafo no blog foi por me importar com esta marca e não entender essa postura que não condiz com o que vinha sendo exposto a mim até agora. Me senti “com tratamento diferenciado” pois as outras lojas sempre fazem promoções e eu, que nunca tinha feito, quando resolvo fazer fui ameaçado, mesmo nunca tendo abaixado nem um real o preço dos produtos. Este atrito foi apenas um estopim para, como vc mesmo disse, gerar meu desabafo de várias outras situações que vinha acumulando.
Espero que possamos continuar trabalhando juntos após esta lamentável confusão.
Um abraço.

Atenciosamente;
Rodrigo Genja